quarta-feira, 17 de junho de 2009

Imagético...

Imagético...

É preciso coragem para olhar no espelho e ver-se por trás da imagem
Por trás da imagem refletida, a imagem que você criou, costurou e vestiu-se
A imagem embalagem com a qual você se apresenta para a sociedade
A imagem que eles refletem de volta para você
A imagem que eles dizem que é você, aquilo que você deve ser
Você responde, sim, esse sou eu, sim sou eu...
Mas no fundo você sabe que não é
Pode ate ter um ou outro pequeno acessório do seu eu compondo a fantasia
Que você veste para representar o personagem da aceitação
De vez em quando você foge, esconde-se deles, para poder praticar um pouco de você
Mas tal quais as bruxas da era da inquisição, você lembra-se das fogueiras
As modernas fogueiras da excreção, da anulação, do preconceito...
Então você corre a vestir-se do você deles para poder circular pelas ruas da aceitação
Carregando a pesada vestimenta da imagem que reflete você neles e eles em você
É preciso coragem e ousadia para libertar-se da prisão onde você é promotor, juiz e júri
E seu medo um cruel carcereiro
É preciso coragem para romper com todos os dogmas com os quais você não concorda
É preciso coragem para pular do espelho e rasgar a fantasia
É preciso coragem para sair nu pelas avenidas da hipocrisia
Eles com certeza de chamarão de louco e te trancarão em um hospício
Então eles iram para suas casas e se olharam em seus espelhos...
... E sentirão inveja de você...

(SamisxelA)

Ébrio

Ébrio
(para Lobo Poeta)

Odes tuas são intensas
Lampejam cores
Por todos luares

Vozes tuas são suspensas
Levitam ardores
Por todos ares

Teus, óh lobo...
São os surtos deleitados
De traços estrelares

Teus, óh louco...
São os uivos elevados
De rastros abismares

(Cris de Souza)

sábado, 13 de junho de 2009

A Mestra com Carinho

A mestra com Carinho
(dedicado a Cris de Souza)

Por vias e por vieses
Caminhava torto
De paixão em paixão
Por entre coelhos e corvos
Buscando na escrita
Os desencontros da vida
Garimpando verdades
Em montanhas de mentiras
Abençoou-me a sorte
Com uma jóia
Em forma de poetisa
Trazendo o brilho generoso
Que aureola os sábios
Afortunado me fiz
Vestindo tuas perolas
Graças a ti hoje
Chamam-me poeta.

(AlexSimas)

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A Voz...

A Voz...

Assistindo caminho das índias (me perdoem por isso) descobri (hó Gloria!) que a Peres ta mais perdida que o Cabral (afinal ela descobriu a Brasíndia, tudo mundo lá fala português, ou melhor, brasileirês, e a grande maioria é de pobres miseráveis (apesar de que todo pobre miserável sonha ser um pobre miserável de novela da Globo) com a diferença de que as vacas sagradas deles pertence a casta dos ruminantes), acabei de inaugurar o parênteses dentro do parênteses (acho que esse comentário merecia outro parênteses).

Mas o que eu descobri foi a tal Esquizofrenia (esquisito esse troço de Esquizofrenia), e essa descoberta me levou a outra. Descobri que eu sou uma espécie de trainee de esquizofrênico, a voz que fala comigo (ainda muito tímida) me manda escrever um monte de besteiras (como essa, por exemplo), e ainda insiste que devo usar uma porrada de parênteses entremeando as frases com comentários pseudo-cômicos (a minha voz acha que é o Arnaldo Jabor).

Até ai tudo bem, nada danoso, e ate normal para um estagiário de esquizofrenia, foda foi quando a FDP mandou que eu me escrevesse para participar do próximo BBB, ai eu pirei, procurei imediatamente um psiquiatra, já na primeira sessão o cara foi enfático comigo – Sinto muito lhe informar meu caro, mas seu caso não é de esquizofrenia, é possessão demoníaca, lhe aconselho a procurar um pai de santo imediatamente, sabe, pensando bem é melhor você procurar uma junta inter-religiosa, a mais completa possível, porque um pai de santo sozinho não dá conta de um demônio de tamanha maldade.

Assinado

Alexandre Costa

O que? Assinado a voz? Como assim? Fui eu quem escreveu, ta certo foi você quem ditou, mas se eu não escrevesse ninguém ficava sabendo, porque somente eu ouço você, ok, façamos assim então...

Assinado

Alexandre Costa e a Voz

Como a Voz e Alexandre Costa, porque tem que ser você na frente? Nada disso, meu nome na frente e ponto, há não fala mais comigo, e vai falar com quem posso saber?...



Em tempo:
a minha voz me explicou porque o baiano é o maior usuário da internet entre os brasileiros, é que disseram a ele que a internet é uma rede.


sexta-feira, 5 de junho de 2009

Vício...

Vício...

Você experimenta antes mesmo de nascer
Suave e sereno ele traspassa pele e músculos
Carne, sangue e nervos dominando você
Depois que você nasce ele é a primeira coisa
Que você prova e a cada dia de sua infância
Te aplicam doses cavalares

Por mais que você coma dele
Sua fome nunca sacia
Por mais que você beba dele
Sua sede nunca passa

Por mais que você receba
Por mais que você distribua
Ele nunca acaba

Mesmo sendo chama que arde sem queimar
Não importa o quão queimado você foi
Você sempre quer mais

Paradoxal como a beleza de um cavalo selvagem
E a doce serenidade de um urso panda

As razões que ele carrega
A própria razão desconhece
Ele não precisa se explicar
Ele só precisa existir

Que se dane se um dia ele doeu
Machucou... Feriu... Ardeu...
Eu sempre vou querer mais
Eu sempre vou querer Amar!

(AlexSimas)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Busca...

Busca...

O amor que ainda não encontrei
É belo como as despedidas do sol
Gostoso como lambidas do mar
Passeio na grama com pés descalços
Puro como um sorriso de criança
Sincero como segredo trocado em abraços

Procuro por esse amor
Nos abismos da alma
Nas gavetas da lembrança
Nos caminhos da lua
Nos corredores das catedrais
Nas incógnitas esquinas
Na paisagem urbana
Calçadas, becos e ruas
Nas ruínas dos castelos
Nas torres de pedra
No vórtice da rosa-dos-ventos
Nas contas do terço
Na ladainha da reza

Um amor que seja assim
Como uma dança de roda
Uma cantiga de ninar
Uma ciranda de versos
Uma louca poesia
Um arco-íris sorrindo no céu
Uma procissão de estrelas
Musica... Canção
Tempestade e calmaria
Uma dança de véus

Quando o encontrar quero perder-me dentro dele...
... Para nunca mais me achar


(AlexSimas)