sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Sublime...

Te amei alem do medo
Te amo alem da dor
Ao te achar me perdi
Comprei cama nova
Mandei pintar o quarto
Quebrei o radio...
Mas ainda te tenho aqui
Quase te posso tocar
Estico o braço a tua procura
Perfídia ilusão...

Debruço-me sobre o papel
Onde grito meu silencio
E vejo-te refletida na folha
Perscruto na noite
Sonhos não vividos
A palavra perdida nos lábios
A chama arrefecida...

Vago a mercê dos ventos
Por caminhos não percorridos
Busco uma luz que tenha teu brilho
Uma flor que te imite o perfume
Um poeta capaz de compor um verso
Onde caiba você...

(AlexSimas)

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Lembranças...

Perco-me na órbita das horas
Onde flutua o tempo, senhor
Da saudade que me devora
Com afiados segundos.

Vagueio por frias madrugadas
Na boca o gosto da tua língua
No peito a marca de teus seios
Nas mãos o cheiro de tua pele
No coração a chama do desejo

Vôo para alem da sanidade
Busco abrigo na loucura
Onde me escondo...
Do abraço dos teus olhos
Do vicio do teu prazer
Da lembrança de teu perfume
Teus lábios prisão de m’alma

De tua boca roubei o silêncio...
...Para nunca te dizer Adeus.

(AlexSimas)

sábado, 15 de dezembro de 2007

Feliz Natal !! ??

Desculpe-me não lhe desejar feliz natal
Não lhe desejo um feliz natal...
Porque não o quero feliz só no natal.
Desejo-lhe felicidades sim...
Muitas e intensas alegrias.
Desejo-lhe felicidade eterna
Em todos seus momentos,
Todos os dias de sua vida
Cada hora, minuto, segundo...

Não lhe desejo feliz natal porque odeio a hipocrisia.
Não concordo, não aceito, que as pessoas precisem de
Um dia no ano para se solidarizarem com seus iguais.
Não concordo, não aceito abraços com data marcada.
Amizades pesadas e medidas nos valores dos presentes.
Não quero amigos secretos ou ocultos.
Quero amigos declarados...
Ao meu lado todos os dias
Em pensamentos e sentimentos...

Desculpe-me, mas eu não consigo aceitar que o filho de Deus
Tenha nascido para que sua data de aniversario se tornasse...
...Apologia a hipocrisia.

Meu único e sincero desejo é feliz aniversario Jesus.
E os perdoe...
...Mesmo eles sabendo o que fazem.

(SamiSXelA)

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Isso é Natal...


Sonhamos com neve sobre o telhado
Papais noes escorregando por chaminés
Arvores faiscantes aterradas em presentes.

Mesa farta de perus e frutas rodeadas de
Crianças serelepes com luminosos sorrisos.
Dançando ao som de harpas e violinos.

Lá fora uma redonda e cheia lua enfeita um
Céu de mil estrelas que salpicam tal qual
Um balé de vaga-lumes sobre negro veludo.

Embalados pelo hipnótico sentimento de
Solidariedade em cuja parede penduramos
O quadro da hipocrisia pintado com as cores
Da cegueira de nossa estupidez, distribuímos
Orgulhosos nossas migalhas aos pobres
Desafortunados, mas tão ou mais ricos dos
Nossos mesmos sonhos...

E quando são chegados os soturnos dias de Janeiro
E junto a eles todas as lágrimas da terra.
Recomeça o drama dos que tem que esperar
As caridades do próximo natal.

(Alexandre Costa)

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Dor de Palhaço...


Nasci Arlequim, alegre e saltitante
Criei-me Arlequim, saboreando a vida
Roubando manga, caçando passarinho
Vivi arlequim, bebendo na taça do sonho
Vagando madrugadas, amigos e namoradas
Poeta e trovador, amante da lua e do vinho

Vi-te colombina e toda a vida alerquinhou-se
As noites agora tinham duas luas, teus olhos.
Quando te desabrochava em sorrisos qual
Flor em primavera encantava-me, feliz palhaço.
Minha vida uma cambalhota, tudo era criança
Folguedos e marshimellow, todos os dias eram
Carnaval, todas as noites Natal luzes e cores.

Quando ti fostes Colombina, tatuei na face uma
Lagrima, as minhas secaram, tal qual minha alma
E agora Colombina todos meus dias são cinzas...
Desbotaram-se as cores, acabou o carnaval.
Trago mãos nos bolsos da roupa preto e branco
Troquei cambalhotas por um andar cocho, roto...
Ainda sou palhaço, menestrel da dor...
...Morreu Arlequim, sou agora Pierrô.

(Alexandre Costa)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sou...

Da faca o corte
Da bússola o norte
A lucidez embriagada
O silencio da palavra
Sou o rato no labirinto
Metal que compra carne
A linha invisível
Entre loucura e consciência
Sou estilete sem cabo
Ferida que sangra
Do caminho o atalho
A trilha que leva pro nada
folha no vendo
pedra de toque
O frio da alma
flor do pântano
Anjo caído
Menino perdido
A coragem do medo
A fome do desespero
Da justiça à sede
A grade na janela
A prisão que liberta
A mãe que chora
O pai que assevera
O olho que vaga
A perna que treme
A mão que sustenta
Sonho abortado
O ano que acaba
Esperança renascida
Imagem ungida
A crença confinada
Rio que passa
Floresta que morre
Fome que mata.
Sou tudo...
...E nada.

(SamiSXelA)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Entrega...

Teu chegar tem um jeito diferente de ousar
Teu cheiro tem o perfume doce do pecado
De rosas acesas no fogo de novas estrelas
Que o vento da noite espalha em meu quarto.

Faz-te menina quando brincas com o espelho
Faceira, me arrancas inconfessáveis desejos...
Tens no caminhar a coreografia de um rito
Como a invocar deuses perdidos...

Teu corpo solto de curvas tortuosas serpenteia
Por entre meus febris delírios, loucas fantasias.
Mulher de insondável mistério, tua nudez me
Incendeia o olhar, inunda minha boca...

Animal-homem propriedade tua, pela marcada
Dentes e unhas, lobo perdido em noites sem lua.
São teus meus versos, meu corpo, minha alma...
...A ti peço apenas que me possua.

(AlexSimas)

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Encontrando-se...

Perco-me em lembranças presas numa alma
De muitos amores jurados para todo sempre
Paixões vividas e sonhadas em turbilhões de
Desejos que agora me entalam uma garganta
Afogada em lagrimas não choradas, perdidas.
Calou-se meu olhar no momento da despedida
Perdeu-se na distancia do horizonte, por entre
Luzes pardas ofuscadas na fumaça onde pouso
Meus olhos marejados que enxergam apenas
Cores desbotadas de sorrisos leiloados para os
Que preferem pagar ao invés de conquistar-los.

Encontro-me perdido nas noites no meio do nada.
Dos cheiros de perfumes baratos misturados com
Tabaco e álcool, embriagado de saudades, sonhos
Perdidos pelas estradas de muitas promessas, juras
De madrugadas distantes no tempo da memória de
Uma musica que teima em trazer de volta as dores
De alegrias de outrora marcadas a fogo na s paredes
Da loucura que teima em querer possuir-me.

Sou agora pedaços emendados, frankestaneado de
Restos de um ego estilhaçado, cacos de todos os
Tamanhos e formatos que mesmo colados mostram
As cicatrizes, as trincas amareladas pelo tempo.

Não me vejo mais, aquele do espelho não sou eu...
O novo homem que agora surge é muito melhor...

(AlexSimas)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O Menino e a Pipa.

Somos menino e pipa...
Simples qual varetas de madeira e papel
Que tremula ao vento sobre campos, mares
E cidades, em manhãs e tardes de outono.

Somos pipa e menino...
Inocência que voa alto em infantes sonhos
De fantasias com bela longa calda colorida
A nos equilibrar entre o real e o imaginário.

E o menino sonha ser pipa...
Voar ao sabor da brisa, confabular com as nuvens
Correr picula com os passarinhos, sentir-se livre
Imaginar-se anjo de papel e chegar pertinho de Deus.

E a pipa sonha ser menino...
Sábio em sua fragilidade, forte em sua inocência
Ofuscando sóis com a pureza de seu largo sorriso
Refletindo a imagem de Deus no brilho de seu olhar.

Sonho de voar... Nascemos icaros, espíritos livres
Retidos na carne que nos prende qual ancora o navio.

Bendito o homem que traz em si o menino que brinca
De pipa e permite que Deus se reflita em seus olhos...

(AlexSimas)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Bravos!!!

O calor de tua chama me acende a alma
Arremessando-me ao abismo do desejo
Louca e sôfrega paixão que me consome
Vôo entre nuvens em versos de luxuria
Pouso em teu colo que me acolhe macio
Teus pelos em arrepio replicam melodias
Refinados acordes harmonizam-se com
A musica de teus gemidos convidando
A lua a valsar com o sol sob o olhar
Encantado de anjos e estrelas todos nus
Bela Imagem de dês-preconceituosa beleza.

Nesse palco encenamos os mais belo dos espetáculos...
... O Amor.

(AlexSimas)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Teu...

Adoro
As horas que perdes arrumando teus cabelos só para que eu os desarrume

Adoro
Tua boca lambuzada pelo batom após nossos sôfregos beijos apaixonados

Adoro
Teu olhar lascivo me penetrando o desejo, despertando-me a libido, pecado.

Adoro
Os arrepios que me provocas quando tocas minha alma com tuas mãos quentes.

Adoro
Teu gosto tatuado em minha boca, o som de tua voz ecoando em meu ouvido.

Adoro
Quando soltas meus bichos, me chamas de teu homem dizendo-me que me ama.

Adoro
Quando ilude-me com tuas inocentes mentiras, palavras soltas versos sem rima.

Adoro
Teu nome repetindo-se em minha mente qual musica renitente, loucura e poesia.

Adoro
Quando perco-me em teus caminhos buscando-me sem vontade de me encontrar

Es meu destino, oceano onde derramo minhas lagrimas, água de minha sede.
Musa de meus sonhos... Sou teu brinquedo... Minha menina...
...Mulher !

(AlexSimas)

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Divina Tentação...


Delírios de caricias me envolvem qual lúdica poesia
Sinto teus toques em minha alma fazendo-me voar
Vibro por entre mágicas dimensões inimagináveis
Entrego-me a volúpia de teus olhos em chamas
Meu sangue ferve envenenado por tua louca paixão
Partilhamos o mesmo implacável e selvagem desejo
Cavalgamos feéricos o animal de nossos prazeres
Por entre o sagrado e o profano, pecado e benção
Tentadores lábios adornam a flor de teu sorriso
Tua língua, úmida serpente domina-me a vontade
Passeias livre por meus mais recônditos segredos
Intuíta senhora de minhas fantasias, lascívia e gozo
Escraviza-me a lucidez abençoando minha loucura
Fundem-se tua e minha carne em demoníaco conluio
Oferece-me afoita teu fruto maduro escorrendo mel
Nesse momento sublime abdico de minha humanidade
...pois que agora sou Deus.

(AtsoC ErdnaxelA)

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Devaneios...


O vento te traz em cheiros e sons
Quebrando o silencio do solitário
Crepúsculo onde descanso minha
Saudade encolhida no frio de tua
Ausência regada por lagrimas que
Teima em misturar-se ao sereno

Ao longe uma lua nua entrega-se
A luxuria da noite, refulgentes
Raios pratas convidam amantes
A entregarem-se aos prazeres da
Paixão que lhes queimam a alma.

Desce de um telhado a musica de
Um sax que responde a um gato
A sua frente um homem de terno
Eleva aos céus sua prece rouca
Na letra de um triste blues.

Estrelas no alto bailam no ritmo
Das horas contadas nos ponteiros
De um velho relógio pregado em
Uma torre onde pende um sino
Agora calado, apenas ouvindo.

Tua imagem flutua em meio a tudo
Valso contigo por entre rosas e lírios
Colho a felicidade em teus olhos
Súbito me pego sorrindo sob a fina
Chuva que me desperta da mania
De sonhar-te acordado...

(AlexSimas)

sábado, 6 de outubro de 2007

Querer-te...

Te peço apenas...
Que me deixe te amar
Algemei meu coração ao teu, sou agora
Prisioneiro das tuas correntes de paixão.

Te peço apenas...
Que deixe adentrar-te
Não apenas tua carne, mas tua alma
Aquietar em tua luz minha solidão.

Te peço apenas...
Que me permitas andar
Por teus caminhos, passear entre tuas
Loucuras sem roubar-te a liberdade.

Te peço apenas...
Uma réstia de teu brilho
Um pedaço de arco-íris, para iluminar,
Colorir as sombras de minha saudade.

Te peço apenas...
Uma fotografia pequena
Para alimentar meus olhos famintos
Tatuando tua imagem em meus sonhos.

Te peço apenas...
Um tênue beijo roubado
Saciar-me do vicio que tenho de você
No perfume que exala de tua pele.

Te peço apenas...
Um bocadinho de você
Um breve momento de teu tempo
Fará feliz todo o meu viver...

(AlexSimas)

Doce Rotina...

Um quarto, uma cama num canto
Sobre lençóis em desalinho me
Aninho em teus afagos.

A noite tange à tarde que vai embora
Na parede uma janela, debruçada sobre
Ela uma lua voyeur nos observa.

Uma voz em teu olhar me diz te amo
Corro minhas mãos por tuas curvas
Meus olhos vão seguindo incendiados

Mergulho faminto em teus lábios úmidos
Calando-te os sussurros roucos de amar
Cativo dessa loucura deliro palavras soltas

Os sons de tua pele fluem por entre pelos
Tesos em musical arrepio de desejo.
Flutuo em teus cheiros, arrítmico respirar.

Minha língua colibri penetra tua flor
Busco o néctar alimento de minha libido.
Faminto abocanho tua carne morna

Mamilos túrgidos imploram por mãos
Ávidas a envolver-los de carinhos
Abandono-me ao êxtase de tua cavalgada

Imobilizado pelo prazer que me toma
Vejo a tímida chegada da manhã
Iluminando amantes agora adormecidos.

(AtsoC ErdnaxelA)

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Maçã

Devoro-te inteira, em bandas, em quartos, pedaços
Em ensandecida volúpia invado tuas brancas carnes
Vestida de vermelho-sangue em eterna provocação
Primaveris finais de tarde teu perfume me invade...
Qual formosa e faceira moça que se sabe tentadora
Insinua-te rubra às vezes verde tentando a todos...
Convite ao pecado desde os tempos da ingênua Eva
Sabia foi serpente que te descobriu no paraíso...

O vento quebra-se ante o som de tua branda luxuria
Restam-nos acido sabor de silencio em gotas de saliva
Que te regam partes inundando sementes, tuas crias
Poetas te cantam, despem, se encantam, amando-te
Esfumaça-te em libidinosos sonhos gastronômicos...
Eterna musa da humana tentação do prazer de viver
Que delicia e te penetrar com dentes, dedos e línguas
Lamber... Sorver... Chupar... Cheirar... Comer...
Simbiótica tentação de fruto...
...Mulher.

(AtsoC ErdnaxelA)

Desejo Primaveril

Deixa voar teu desejo qual semente ao vento
Pouse em meu peito e enraíze na minha alma
Venha com teu sorriso brotando o mel da libido

Me faça canteiro em teu jardim de gozos e vida
Minhas flores nascem com fragrância de teu cio
Me tome em seus braços eloqüentes de suor

Cubra-me de carícias no pólen de teus dedos
Teus fulgurantes olhos luz de minha fotossíntese
Qual raios de sol fecundando meu amor em ti...

Celebremos a vida sob o bailado das borboletas
Derrama teus beijos sobre minha pele faminta
Toca-me os lábios com teu gosto de framboesa

Aflora os pólos de meu ser em tua serenidade
Atonitamente no maremoto de teu gosto ébrio
Rega-me com teu prazer úmido cheirando a mar

Embriaga-me selvagemente no teu doce sumo
Inebria-me na tua insolente primavera de cores
Florindo de amor o meu íntimo mais secreto.

~Cris Poesia & Alexandre Simas~

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Eu te Amo !

Te amo com o espanto,
de quem não acreditava no amor.
Te amo na solidão de meu amanhecer.

Um amor com a beleza do silencio
e do grito, de um gesto descontraído,
uma roupa desbotada, um solstício
de primavera.

Eu te amo agora, meu presente...
Não te amava antes.
Te amo agora e para sempre...

Um amar suave como um cair de tarde,
Que às vezes dói, às vezes arde,
Queima na face como uma bofetada.

Um amar criança com cheiro de talco...
Com o frescor da rosa em botão, do orvalhar
da manhã, do serenar de uma noite de lua...

Um amar quente como o fogo da paixão...
Sincero como a dor da saudade...
Simples como a verdade...
Puro como o desejo de um amante...
Maior que o tempo...

Eu te amo...
Como quem nunca crera...
...ser possível amar assim.

(AlexSimas)

sábado, 15 de setembro de 2007

Convite...

Convido-te a um passeio a beira mar

Veste tuas roupas de primavera, calça

tuas sandálias de passear nas nuvens

Deita-te comigo sobre as areias da praia

Vem, permitamos que as ondas beijem

nossos corpos e lapidem nossas almas

Deixa que meus braços te envolvam

O sal das águas do oceano mistura-se

as minhas lágrimas e respigam de meus

lábios sobre tua rósea boca na suplica

de nossos frementes beijos

O vento murmura nossos nomes em

versos de antigas canções ao ritmo de

meus dedos sobre tua pele

Como a tocar suave melodia, teus olhos

refletem as nuvens que dançam no céu

Ao som de nosso silencioso idílio vespertino.

Logo o sol veste-se de fulgurantes cores

púrpuras e mergulha nas ondas como à

querer refresca-se do calor que lhe causa

a tórrida cena de amor que assiste

Em seu lugar surge uma redonda e cheia lua

sobre um velho farol que parece lhe servir

de lampadário

A suave luz de prata faísca em teus cabelos

qual louco bailado de pirilampos ébrios

Encantado deito minha cabeça em teu colo

que me recebe qual ninho aquecido

Tuas mãos em meus cabelos a afagar-me

Sonhos de insolentes volúpias

E eterna promessa de uma siamesa...

... vida apaixonada.

(AlexSimas)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Só pra dizer Te Amo...

Te falo de meu amor por metáforas
escritas em folhas soltas nos ventos
da saudade.

Te falo de coração que pulsa arrítmico
quando te pensa, te sonha em noites
insones.

Te falo do indizível, do indescritível
na língua dos homens, busco louco
por palavras não inventadas, versos
desconexos.

Te falo da solidão da distancia que dói
ao tempo que alimenta o desejo que
arde intenso.

Te falo de sentimentos em forma de
veleiros navegando por mares azuis
cruzando tempestivas paixões.

Te falo de minhas lagrimas choradas,
despejadas qual orvalhos sobre rosas
imaginadas em jardins de poesia.

Te falo por minhas letras através do
poeta que me habita cuja alma voa
apaixonada na eterna busca da tua

Te falo tudo e nada, minhas verdades
em metáforas, sentimentos calados,
espalhados em versos que resume tudo
em uma única frase...

... Eu te Amo !

(AlexSimas)

domingo, 9 de setembro de 2007

Torrentes...

Venha com tuas palavras úmidas
Que me inundam e refresca alma
Banha-me em lagrimas de saudade
Das deliberadas noites que te amarei
Dançando sob chuvas de primaveras
Envoltos em beijos molhados sonhamos

Fantasias que nos libertam e nos prendem
Descalços, sobre o frescor das folhagens
Buscamos estrelas ocultas nas nuvens
Lavando minha alma em teus braços
Guia-me suavemente por teus caminhos
Desaguando amor em meu ventre
Numa cachoeira de incontidos desejos
S
into o escorrer de tuas águas inundarem-me
Unindo-nos visceralmente num só coração...

(Cris Poesia e Alexandre Simas)


sábado, 8 de setembro de 2007

Utopia...


Sonho um jardim; nele planto muitas flores:
Rosas, corbelhas, margaridas, lírios, cravos,
Crisântemos, flores do campo e muitas outras...

No meu jardim tem muitos pássaros: colibris,
Canários, fogo-pago, bem-te-vis, João de barro,
Pardais. Patativas, sabiás e muito, muito mais...

Abelhas alquimistas a transformar pólen em mel
Aranhas, sapos, rãs, grilos, cigarras e vaga-lumes.
Tem um gramado bem verdinho e muita fruta...

No meio do jardim construí uma bela fonte d’agua
Sobre a qual mora um eterno arco-íris sempre a sorrir.
Trouxe uma pequena cachoeira que vive a cantar...

Fiz um balanço e pendurei na lua para mim e você.
Ao lado tem um cesto de estrelas que colhi para
Enfeitar teus cabelos e emoldurar teus olhos...

Só falta o sol em meu jardim...
Vem...
To te esperando...


(AlexSimas)

Cálido

Acende-me uma chama quando te penso
Fogo que queima em pecados permitidos
Lança-me a lembrança do teu corpo quente
Línguas que provam líquidos sabores mornos.
Boca sorvendo o sereno em teus doces lábios
Enquanto gritas que me amas e me odeias
Puxando-me rente a ti pelos cabelos insanos
Respiro-te em arrítmicas percussões arfadas
Dizendo-te bobagens ao pé do ouvido em brasa
Juras de amor empastadas em suor escorrendo
Sussurros provocantes em gotas acesas de veneno
A luz difusa reflete o desejo que em nós queima
Envolvo-me pelos lençóis de tua pele acalorada
Abandono-me ao êxtase comungando o profano
Conquistando cada ondulação do teu corpo
O tempo para enquanto desfolho-te em gosto
Despetalando tuas secretas vontades ardis
Derramadas qual néctar de ferventes larvas.

(Cris Poesia & Alexandre Simas)


Quando teus caminhos te levarem a um precipício, pare um pouco e se pense com asas, creia nisso com muita fé e se farão asas em você, então voe por sobre o abismo ate o outro extremo e siga sua vida...

(AlexSimas)

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Filha da Lua...

(Uma homenagem a Cris Poesia)

Tua escrita é desalinho, sapiente fantasia.
Teus versos são cetim onde deito meu olhar.
Tuas letras têm vida são cantos de passarinhos.

Poetisa notívaga, senhora das metáforas,
divina dama da inspiração, teu verbo é fúria
é paixão que queima... Prazer e dor...

Tuas tintas têm alma, são falas vividas, inquietas
e calmas como a forja a moldar o metal que se
entrega. Teus textos fluem como água em belas
e límpidas cascatas desenhando paisagens de
sonhos onde os pensamentos voam.

Quando escreves é como se pintasses sobre tela
paisagens vivas, teus crepúsculos são encarnados,
tuas estrelas mais azuis, teu sol é mais brilhante,
tuas palavras saltam do papel e brincam em mágicas
dimensões que nos hipnotizam e encantam como
bolhas de sabão.

Como descrever a eterna primavera que habita essa alma de poeta...
Como descrever um ser que valsa com a pena e liberta utopias...
Como descrever a magia que tempera o amar com doces heresias...
Como descrever o milagre que operas ao nos fazer ouvir com os olhos...

Filha da lua... concebida em choro e risos, cores e cheiros, loucura e razão.
Felizes os que bebem da água de teu saber e colhem as flores de teu jardim.

Filha da lua... teu nome já é poesia... Cris...


(Alexandre Simas)

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Poesia nada mais...


Teus beijos são alimento que me saciam a fome.
Teus braços o aconchego de minha inquieta alma.
Teu colo refugio de meus sentidos, meus pecados.

Sou folha branca a espera de tuas tintas, tuas marcas.
Perco-me na imensidão de teu ser, mistério e sedução.
Faze-me forte em minha fraqueza, deliciosa atração.
Sou moinho, morada de teus quixotescos sonhos...

Penso-te nua na praia com ondas a te lamber o corpo.
Repousas assim adormecida decorando o horizonte.
Tua pele a contrastar o plenilúnio regendo as marés...
O brilho em teu olhar ilumina a noite acanhando estrelas.
A cena encanta, emociona como o nascer de um poema.

Aprisiono-me nessa escrita, deito-me sobre teus versos.
Levito em esfomeada fantasia na busca de teus lábios.
Êxtase anunciado de insano querer, loucura e paixão...


(AlexSimas)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Metades...


Traze-me tua sede, afoga-a em meu poço de desejos.
Cerra os olhos para que possas enxergar minha luz,
tudo que quero agora é um beijo seu, despudorado
molhado, melado com as lagrimas do reencontro.
Vem, deita comigo sobre os escombros da saudade,
o pó do passado é agora adubo para o novo jardim.
Rosas novas estão prontas para florir, com elas viram
também novos espinhos para novamente nos ferir.
Deixa que minha língua te seque o sangue nos dedos,
que meus beijos sejam o balsamo para tuas dores...

Acende novamente meu olhar no brilho de tua alma.
Gritemos nossos nomes em loucos sussurros roucos.
Areias do tempo não escoam por mãos entrelaçadas.
Hoje é nosso presente, ontem um quadro pendurado
nas paredes da lembrança, amanhã apenas um sonho.
Precisamos-nos, juntos somos metade, só somos nada...

(AlexSimas)

sábado, 18 de agosto de 2007

Ilusão...


Me distraio e pego-me sonhando teu sorriso, tua voz em meu ouvido, palavra
falada de fala embargada de uma garganta arranhada à me vê sozinho escutando
o silencio que expressa mais que palavras tortas. Coração cansado das escritas
que não dizem nada, fita o vazio buscando o olho que fala mais alto que o grito,
e teu olhar farol agora apagado me deixa ver a verdade antes ofuscada.

Minha alma de te ver é agora vidraça embaçada pelo frio que emana de teu ser,
não te vejo mais como antes, es agora imagem distorcida, fantasma perdido nas
tempestades de lagrimas choradas em tristes noites de chuva acida que corroem
os destroços do castelo de cartas onde fiz morada e caiu sob os ventos da farsa.

Pago o preço do pecado de ter ousado amar, sonhado querer o que não se pode ter.
Esqueci, desaprendi a me viver por ter por muito tempo te vivido, minha alma agora
em carne viva medita na dor suave da verdade sussurrada pela brisa soprada pelas
frestas da cabana para onde me mudei de você.

(AtsoC ErdnaxelA)

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Entrega...

Tranca-me em teus segredos
Faz-me objeto de loucos desejos
Afoga-me nas profundezas de teu olhar
Para que não me sinta só...

Chora-me em efusivas lágrimas de alegria
Sonha-me em tuas insones noites embriagadas
Perde-me nas esquinas de teus caminhos
Para que eu não viva só...

Sacia-me com tua fome de beijos
Apraza-me em teus gozos lascivos
Ensurdeça-me com os ecos de teu silencio
Mas não me deixe só...

Escraviza-me na tua liberdade
Deleita-me com as dores da saudade
Completa-me com tua metade
E nunca mais serei só...

(AlexSimas)

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Teu eu meu...

Meus olhos têm a cor de quem te quer amar
Só amar um muito amar...

Minha boca tem o gosto do teu nome
Que se repete como refrão sem parar...

Minhas mãos têm o calor do teu corpo
Num queimar sem chama que reclama
O abraço que inflama.

Meus sonhos sonham os teus loucos devaneios
Animal sem arreio cavalgando universos ilusórios
Espalhando poeira de estrelas por caminhos
Ladrilhados de desejos.

Meu tempo corre por teus momentos
Em seculares segundos de saudade...

Minha voz grita teus sons que ecoam nos cânions
De meu coração, replicando em minha alma o
Chamado do teu...

Minhas asas voam teus caminhos por distancias
Das demoras ansiadas no tamanho dos jardins
Plantados em minha por tua alma...

(AlexSimas)

Fantasia...

Esperei sob a janela por tuas tranças,
escadas que me levariam a teu coração...

Mas tua janela permaneceu fechada,
só me permitias ver-te através do vitral.
Nas translúcidas cores da ilusão...

Eu pensei que te via,
mas apenas te sonhava e no sonho
te desejei e te amei com a doce
pureza de um conto de fadas...

(AlexSimas)

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Procura...


Sento-me sobre os castelos de areia onde guardei meus sonhos
Fito o horizonte amplamente a procura do sinal reluzente de tua imagem
Vago pelas praias de meu existir na esperança de encontrar tuas pegadas
Curvo-me perante a estrelas, as quais o brilho resplandece em amor...

Por entre nuvens entrecortadas a pálida luz da lua acoita-me o rosto

Cerco-me de meus devaneios, envolvo-me pelo barulho das ondas...

A brisa morna da noite sopra-me momentos de ternura ainda não vividos

Estremeço ao notar tua silhueta ascender entre conchas a beira do mar

Com a mesma beleza de uma flor que desabrocha exalando suave aroma

Rumo ao teu encontro,toco-lhe a face despertada pelo brilho do desejo

Aos teus ouvidos afago o querer-te agora na eternidade desse instante

As pontas de meus dedos deslumbra-se por teus caminhos majestosos

No deságüe de almas inundadas de afeto, ancoro o tempo da devassidão

Em vigorosas braçadas cruzo o oceano buscando alcançar teu coração

E lá quero ficar para sempre ate morrer...

(Cris Poesia e Alexandre Simas)

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Morte em vida...


Trôpego cambaleio por entre destroços da alma esfacelada,
o coração me chuta o peito em agonia, ensandecido mordo
os lábios na vã tentativa de arrancar o gosto de teus beijos
apenas sonhados e sinto somente o ocre sabor do sangue.

O espectro de teus olhos na fotografia parece zombar
de mim, e eu agora fantasma perdido na legitima tristeza
disso tudo me olho no espelho e qual vampiro não mais
enxergo o meu reflexo, pois que não passo de um zumbi,
um morto vivo, uma pálida lembrança do que um dia fui
tal qual a flor ressecada perdida entre as paginas de um
livro esquecido na estante empoeirada da sala escura.

A minha inútil realidade afunda-se na movediça areia da
maldição que se tornou o miserável resto de vida ao qual
agarro-me em vão na tentativa de fugir das trevas que me
envolve com os férreos braços da tristeza e me devora o
espírito definhando minha carne.

Tranquei todas as minhas sensações na gaveta junto com
os soluços e as poesias que nasceram do aborto estúpido
de uma alma estuprada pela crença do amor perene.

E pela casa as sobras, os restos despedaçados de minha
fútil inocência embriaga-se com o álcool destilado de suas
próprias lagrimas e dos sucos do gozo que nunca viveu, e
na torpeza ébria em que se refugia da lancinante dor de
suas putrefatas chagas prostitui-se como única forma de
suportar o resto da miserável existência que lhe resta.

(AlexSimas)

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Viajante e nada mais...


Embarquei sem rumo no frágil barco da vida,
no mapa do destino cheio de encruzilhadas
não constavam instruções de uso ou guias
para orientar-me, me foi dado o livre arbítrio
de escolher o caminho a tomar, sigo errando
na tentativa de acertar, na estrada que tomei
muitos atalhos encontrei, por uns adentrei, a
maioria rejeitei.

Sigo tateando como um andarilho numa noite
sem luar, me foi dado o direito de saber o
começo mas não de conhecer em que altura
da caminhada eu estou ou quando ela vai
terminar.

No tanto que já andei muita gente encontrei
umas já se foram, terminaram suas jornadas,
de outras me perdi seguiram por diferentes
estradas, as que seguem comigo ate aonde
vão não sei, umas tantas eu amei com outras
me decepcionei, vi muita coisa boa e também
muita maldade.

Com nada eu comecei, com muito terminarei,
mais é leve minha bagagem, pois a mala que
carrego alem do que aprendi vai um pouco de
saudade.


(AtsoC ErdnaxelA)

Florando.

Florando
(Cris Poesia & Alexandre Simas)

Pela fresta em flauta sopram os sons,sonho-te em brancas nuvens
A música do vento chama-me à apreciar a lua em pleno clarão do dia
Embalo-me no balançar das folhagens desejando meus olhos te tocar
Meu corpo sente o som de tua voz na melodia arcana de tua angelitude
Em meus lábios,sorrisos ressaltados por tua doce boca que me encantas
Tua magia lírica ecoa pelo éter varando o tempo em onisciente presença
A sinfonia dos rouxinóis lembra a beleza do teu canto em meus arredores
Encantados colibris valsam com as rosas sob o aplauso das borboletas
Lírios despetalam-se sob teus pés perfumando todo o chão em que pisas
A natureza curva-se em reverência a tua resplandecente e magistral beleza
Depois de tanto tempo, tanta espera....
... chega-me florando a primavera.

Saudade...

(S)uave melancolia que me toma de assalto

(A)usência do amado ser que anseio retorno

(U)rge que voltes logo trazendo-me teus beijos

(D)eixa-me em aflição quando te demoras tanto

(A) ansiedade tortura-me a com tuas lembranças

(D)edico-me a enganar o tempo que teima não passar

(E)is-me aqui a espera de tua sempre amada presença

(AtsoC ErdnaxelA)

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Luminosa Escuridão...

Busquei refugio na caverna do desalento, Entrei ali não
por vontade própria, mas por imposição da angustia que
empurrava-me para o seu interior, já não suportava a
luminosidade Dos iludidos pela felicidade efêmera do
amor, E procurei nas sombras o conforto para a alma
combalida.

Na escuridão hei de encontrar o ungüento para as
feridas de meu espírito que arde dolorosamente
quando expostas a luz da hipocrisia...

é nessa escuridão que me clareia a visão, nitidamente
enxergo nos distorcidos reflexos das lagrimas a imagem
do dragão que habita o exterior da caverna e em cujos
olhos vejo o mórbido brilho disfarçado de esperança.

A luz do olhar da besta reflete nas paredes da caverna
imagens multicores onde se vê a beleza abstrata de
borboletas azuis, jardins encantados repletos de colibris
e flores de todas as matizes emoldurados por esvoaçantes
arco-íris a me convidar a novamente experimentar o doce
veneno do amor.

Confesso que o masoquista em mim deseja ardentemente
sair e novamente viver as dores da desenfreada paixão
que precede o amor, senhor da saudade que é a mãe da
angustia que desposou o desespero cuja prole é um sem
numero de demônios que tem por prazer molestar as
incautas vitimas que ousaram acreditar nas promessas
de felicidade contidas nas setas do filho de Afrodite.

Sirvo-me do barro fruto do pó do sofrimento com as lágrimas
da descrença para construir o muro atrás do qual me escondo
das ilusórias promessas do plenilúnio prateado que encandeia
as vistas dos poetas ingênuos que insistem em laurear o amor.

Regurgito de pronto a famigerada idéia e recolho-me ao frio
reconfortante das sombras que há de me proteger das dores
deixadas pelas queimaduras das chamas da paixão traiçoeira.

(AtsoC ErdnaxelA)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

...E no começo tudo era escuridão...

Escuridão, trevas...
Palavras sombrias que assustam as pessoas.
Mas por quê?
Parem, pensem...
Onde começa a vida?
Onde germina a semente que gera a planta
seja ela um simples lodo ou uma gigantesca
arvore?
Nas sombras, na escuridão.
Existe luz embaixo da terra?
Onde surge o ovulo? E o espermatozóide?
Existe luz no útero ou nos testículos?
Onde é gerado o feto?
Existe luz no ventre?
Toda vida começa no escuro, seja ela animal
ou vegetal, é no escuro onde tudo começa.
Em Gênese Deus diz “que se faça a luz” e do
verbo se fez a luz...
Se ate o universo nasceu da escuridão, das trevas,
por quê tanto medo do berço onde tudo principiou?
A vida só alcança a luz depois de feita, ai sim ela se
alimenta da luz, mas sempre que precisa descansar
repor suas forças ela retorna para escuridão.
E quando tudo termina, no fim, voltamos para onde?
Para debaixo da terra onde não tem luz.

Portanto parem de amaldiçoar as trevas, sem as trevas
Não haveria vida, muito menos luz...


(AtsoC ErdnaxelA)

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Um amor, duas versões...


Amor enquanto vivido...

(A)brasante sentimento que aquece a alma...
(M)agnânimo em essência, sobrenome de Deus...
(O)asis de luz e encantamento supremo...
(R)adioso refúgio dos eternos enamorados...

Amor Traído...

(A)brasante sentimento que esfacela a alma...
(M)orada da dor, sortilégio de demônios...
(O)bsceno encantamento que oblitera a razão...
(R)apinante abutre de sonhos e vontades...

E ao Poeta resta usar seu talento para transformar
em palavras os sentimentos do coração que habita...

(AtsoC ErdnaxelA)

Para sempre Poeta...

Era uma vez um homem...
Que trazia dentro de si um Poeta
e o Poeta hibernava há vinte anos
anestesiado pela monotonia, pelo
tédio de uma vida insípida...

E tudo era comum, tudo era insosso.
a lua era só um satélite natural do
planetinha que ele habitava o sol
uma simples estrela de quinta grandeza
flores era mato como outro qualquer,
coração só um músculo...

Um dia o homem conhece uma mulher
e apaixona-se, uma paixão intensa,
um sentimento tão forte que gritava
e o grito acordou o Poeta, e o Poeta
mostrou-lhe toda a beleza e todas as
maravilhas da vida regida pelo amor...

A lua vestiu-se de prata e resplandecia
sua beleza nas noites estreladas, o dia
não mais simplesmente nascia agora
ele via a aurora e entendia o despertar
do sol como a esplendida chegada de
Apolo ao reino dos homens, uma única
flor perfumava toda uma planície...

De repente todas as estações eram
primavera salpicada de arco-íris, de
colibris, o barulho do mar era melodia,
sua alma brilhava e o brilho era intenso,
em suas veias não mais corria sangue
agora era pura larva que fervilhava de
paixão, de desejo, seu coração era um
vulcão em constantes erupções de amor...

Correspondido o homem não mais andava,
flutuava; não comia, degustava; não sorria,
gargalhava; e via o mundo pelos olhos de
uma criança brincando em um jardim
plantado pelo próprio Deus...

Então a criança-homem viu-se enganado
traído pela deslealdade da agora ex-musa,
apunhalado teve o seu peito rasgado, o
coração esfacelado, a alma mergulhada
na escuridão sorvia o fel amargo da taça
da traição, e ferido recolheu-se ordenando
ao Poeta que se retirasse...

Diante da firme negativa do Poeta em
novamente retirar-se, esconder-se
anular-se, falou-lhe o agora anti-homem:
Que fique pois que não tenho força ou
animo para expulsar-lhe, mais saiba que
tuas letras será de dor e tristeza, tuas
tintas não mais serão azuis e sim negras,
pois a fonte que te inspira agora é flagelo
e dor, veras o sol mas não enxergaras o
seu brilho nem sentiras o teu calor, soltarei
as feras no jardim e elas pisotearam as flores
e devoraram os pássaros e todas as tuas
estações serão para sempre inverno...

E assim fez-se, pois Poeta não vê, Poeta sente,
Poeta não inventa, não cria, ele apenas escreve
empresta seu talento aos sentimentos, marcando
com tinta o papel mensageiro que leva aos ventos
os versos, palavras de amor e/ou tormento...

Mais Poeta é anjo de Deus, senhor das palavras
e seu prazer é escrever sobre amor, paixão, beleza,
esperança, saudade, cores e brilho.

E agora desperto o Poeta espera o dia em que
o homem em que ele habita Descubra novamente
o amor e o homem-poeta possa mais uma vez
enamorar-se da lua e voltar ao jardim onde a vida
é uma flor e a brisa cheira almíscar e carmim...



(AtsoC ErdnaxelA)

terça-feira, 31 de julho de 2007

Esperança...

Foi-se o amor.
Não o amor apenas arrefeceu-se,
hibernou nas profundezas da alma
escondeu-se por vergonha de ter-se doado
incondicionalmente e em troca recebeu
a bofetada da deslealdade.

Agora impõe-se um estrangulado silencio
de sangue e lagrimas cujas pulsações revulsivas
expõe as vísceras de meu sonho insone, e a
agudeza da dor fende as fundações de meu eu
como a um Imenso edifício sacudido por um
abalo sísmico, o terrível terremoto brota das
profundezas do sofrimento escravizando-me
tornando-se senhor de minha vontade.

A liberdade do senhor é escrava da escravidão
de seu escravo, pois que o senhor existe para
o escravo e pelo escravo e essa simbiose vive
na intimidade da essência dessa agonia e habita
o inferno que é o deserto do amor.

E a alma esvaziada da fome da paixão dar lugar
as daninhas ervas que alimenta o tumor que
ulcera o espírito alienando-o ao desejo da morte,
impondo sua hegemonia sobre o reino das sombras
onde atira o coração a sanha dos ratos da solidão
que o devora como o abutre ao fígado de prometeu,
e assim como o órgão do mitológico deus o infeliz
regenera-se para voltar a ser devorado dia após dia.

Volve-se a alma torturada sob o granito do sofrimento
ansiando o momento que novamente desperto o amor
a liberte do sofrer para que possa então ascender das
cinzas de sua auto-imolação e como a fênix renascer
para uma nova vida...


(AtsoC ErdnaxelA)

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Desilusão...


Crepúsculo de mais um dia
la fora o mundo escurecia
entrevia um encarnado céu
pelas frestas de uma janela
com seus vidros arranhados
pelas unhas de uma agonia
que habita a alma vazia...

Na escrivaninha o papel
branca folha esperando
pelo toque da pena, pela
macula da tinta, ansiosa
como a implorar por uma
linha, silenciosa palavra
que não chegava, calada
esperava pelo vento que
a joga-se no chão pra ver
se assim do poeta chamava
atenção...

Desesperada e vã tentativa
pois que lhe prendia o peso
do copo vazio da bebida e
agora transbordando solidão,
la fora junto com o sol vai-se
o canto do rouxinol que ao
longe lembram gritos abafados
de uma saudade que teima em
sufocar como a corda no pescoço
do condenado a morrer apenas
por ter amado...

Agora noite alta, escuridão,
tremulam sombras nas paredes
vindas da tênue luz de um lampião
que mostra o velho jornal no
canto jogado em suas colunas
publicado anúncios de sexo barato,
escambo de carne por metal,
onde busca o poeta anestésico
para a dor da alma mutilada
nos braços do amor comprado...

Segue o poeta amarrotado
carregando sua dor ao lado,
na escrivaninha o papel
abandonado sente saudades
do outrora poeta apaixonado...


(AtsoC ErdnaxelA)

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Monólogo...



- Como vai tristeza?
- Você viu o amor?
- Há viajou!
- Sabe aonde foi?
- Saiu sem destino e não sabe quando volta ou se voltará algum dia...
- Então deves esta muito feliz?
- Desculpe! (risos) como pode a tristeza ser feliz.
- Que paradoxo...
- Oi angustia! Tudo bem?
- Outro deslize, como pode a angustia estar bem...
- Nossa eu é que não estou nada bem, só estou dando foras...
- Bom dia escuridão!
- Alguém me ponha em uma camisa de força.
- Estou dando bom dia à escuridão, que loucura!
- Loucura não, demência, loucura é outra coisa...
- Vejo vocês três aqui, mas não vejo a solidão.
- Perdoem-me dessa vez não cometi nenhum deslize, vocês estão sempre juntos a solidão.
- Oh! perdoem-me juntos não vocês apenas a acompanham
- Ela esta mais a frente e obvio sozinha.
- Ela chega e vocês vêm logo atrás. E ocupam todo o espaço deixado pelo amor.
- E a magoa? Cadê ela?
- Não esta aqui porque quando o amor é verdadeiro mesmo partindo não deixa magoas, o
espaço pode ate ser preenchida pela solidão, tristeza, angustia e escuridão. Mas a energia
que fica na alma não permite magoas e muito menos vingança...


(AtsoC ErdnaxelA)

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Perdido...

Abri minha porta, escancarei minhas janelas,
Deixei o sol entrar (você).
Minhas noites eram claras Iluminadas por uma sempre
Cheia lua, estrelas decoravam o meu telhado, a brisa me
Cantava canções de ninar...


Ainda vejo o sol La fora vejo a sua luz, mas não enxergo
Mais o seu brilho, a lua virou-me seu lado escuro, o som
da brisa agora é um agouro...


Minha pena antes leve e suave agora me pesa nos dedos.
A poesia parou no meio da estrada sentou-se a beira do
Caminho e cabisbaixa não ver a nascente que secou antes
Mesmo de nascer...


Volto a pagina, releio os versos antes escritos como a querer
Animar a poesia murchada e só o que consigo é molhar o livro
Com lágrimas salgadas...


A nau do amor em que embarquei rumo ao cabo da
Boa esperança desembarcou-me antes no cabo das tormentas,
Onde ondas violentas me açoitam contra as pedras afogando-me
Os sonhos do distante destino que para mim tracei, agora
Bem mais longe que o horizonte...


Em delírios chamo pela poesia que continua sentada no meio
Do nada e na angustia silenciosa maldiz o amor sinônimo de solidão,
Que adentra agora por portas apenas entreabertas trazendo uma
Tosca luz que teima em entrar pelas frestas mostrando o livro molhado
Por lágrimas que nunca devia ter chorado...


E a poesia sentada na estrada de amor não quer mais falar...


(AtsoC ErdnaxelA)

Tortura...

Escutem!
Como não escutam?
Será que não ouvem as gargalhadas?
O escarnecido riso da razão?
Não ouves as zombarias? O eu te disse?
Relembrando cruelmente ao ingênuo coração
Os conselhos que lhe deu:

AME MAS NÃO SE ENTREGUE...

E o pobre desventurado sofrendo uterinas contrações
Na vã tentativa de parir essa dor que lhe atormenta.
Como se fosse fácil abortar um amor fecundado.
Os gritos agudos do silencio me atormentam, me oprimem.
E agora envergonhado de ter-se despido de sua armadura
O infeliz coração se envergonha de ter sonhado com a felicidade
De ter inspirado ao poeta palavras de amor...
Palavras-beijo, palavras-sonho, palavras-desejo...
Calaram-se todas as palavras...
Resta-lhe apenas a palavra-utopia...
E o silencio que não se cala...
E a razão que não para a cruel tormenta,
Ecoando incessantemente na alma o eu te disse,
Eu te disse, eu te disse, eu te disse...


(AtsoC ErdnaxelA)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Árvorec[eu]


Sentei entre as folhas secas
No último dia de outono desse ano
O vento beijou meus cachos
E a tarde adormecia em meu peito
Escrevi uma poesia na terra
E disso brotou uma árvore
Que a medida que crescia
Me envolvia, me penetrava
E só parou no exato instante
Que me senti completamente
Plantada junto com suas raízes
Permaneci com ela algumas estações
Dei-lhe um nome na primavera
E chamei-a de Saudade
Voltarei hoje ao jardim antes que escureça
Me abraçarei a ela novamente
Cavarei a terra, me colocarei lá dentro,
E hei de ser também parte da árvore
E me plantarei e enraizarei de novo
Até que eu me torne toda Saudade
E quando passeares no parque
Ao lado do teu novo amor
Descanse na sombra desses galhos
E se cair em tua boca uma gota de orvalho
Não estranhe que carregue o meu sabor.

(Cáh Morandi)

terça-feira, 24 de julho de 2007

Desabafo...


Fale comigo poeta...

Preciso que escrevas o que vou te ditar...

Me responde poeta? O que posso contra essa tristeza que adentra em mim como que fosse eu sua propriedade? Que posso eu se a ela alia-se uma angustia que macera meu peito, que me desmancha aos poucos.

Me diz poeta? onde encontrar a felicidade, esse lugar no qual a entrada é proibida só a mim?

Queria eu ter asas, não como as de Ícaro, mas como as dos anjos para poder voar para bem longe e habitar uma estrela distante.

Não posso continuar aqui poeta, pois não conseguirei recompor as portas quebradas, os vidros estilhaçados, muito menos o amor perdido nas esquinas das mentiras, por mais que tente refazer tudo elas continuaram nos estado em foram deixadas.

A mim só resta arcar com os danos, sinto-me como um papel rasurado. A metáfora do papel revela plenamente como venho me sentindo nos últimos dias.

Diga-me poeta? você que tanto sabe do amor, o que posso fazer para suavizar essa dor que me dilacera? Ajude-me poeta antes que a dor de me saber descartável me transforme em pó.

Minhas lagrimas não me molham a face poeta, pois que elas correm para dentro me afogando o coração e turvando a visão, já não enxergo a luz do sol.

As lembranças, há as lembranças poeta! a beleza extrema dos traços, dos gestos, o tom da voz, a risada espontânea a felicidade quase pueril nos olhos que ainda me encantam, tudo se traduz em um bailado empolgante, as vezes sensual.

O que tenho guardado em mim é tão puro poeta, tão leve, e que apesar de tudo me faz bem. Estive ao seu lado na inteireza do que fui capaz de estar.

E agora poeta só me resta o silencio, e eflúvio desse silencio me alcança e me atinge de maneira quase mortal.

Guardei a lança e o escudo no armário, para que raiva nenhuma que eu possa vir a ter possa feri-la. Os vidros e as portas partiram-se e eu também fui partido ao meio.

Resta-me agora ficar aqui de cócoras no canto escuro que escolhi para me esconder da saudade...

(Atsoc ErdnaxelA)

Saudades...


Tenho saudades...
Do tempo que passeava na estrelas,
Cavalgava cometas,
Bailava com anjos sob a luz da lua...

Tenho saudades...
Do perfume das flores,
Dos colibris que me acariciavam o rosto
Com a brisa do bater de suas asas...

Tenho saudade...
Do por do sol nas tardes de verão,
Da suavidade e das cores da primavera,
Das românticas paisagens do outono...

Tenho saudades...
Do arco-íris decorando o céu,
Das brancas nuvens que lembravam algodão doce,
Do vôo das gaivotas sobre o verde mar...

Tenho saudades...
Dos passeios nas úmidas areias da praia,
Do canto das baleias, da alegria dos golfinhos,
De encostar uma concha no ouvido e ouvir o som das águas...

Tenho saudades...
De quando sonhava acordado,
De quando meu coração era leve como pluma ao vento,
Do sorriso que me presenteavas cada vez que te dizia: te amo...

Tenho saudades...
É só o que me resta, aqui de cócoras nessa escuridão,
Aliviar-me da dor com as doces lembranças
De quando eu tinha uma alma banhada de amor...

Tenho saudades...
Muitas saudades de mim...

(atsoc ErdnaxelA)

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Soneto ao Poeta...

Trazei-me papel, tinta e pena...
Escreverei o que se passa em meu coração...
Pois que sou poeta e a mim só resta escrever...

Trazei-me tinta e pena...
Escreverei sobre minha carne...
Pois que sou poeta e a mim só resta escrever...

Trazei-me uma pena...
Escreverei com minhas lagrimas sobre a rocha...
Pois que sou poeta e a mim só resta escrever...

Trazei-me uma migalha de amor,
Um reflexo da lua, a chama de uma paixão,
Uma saudade, um espinho pregado numa flor
Onde possa furar o indicador...

Escreverei com esses dedos embebidos em sangue
Sobre as paredes de minha alma...
Pois que sou poeta e a mim só resta escrever...

(Atsoc ErdnaxelA)

Estátua de Carne...


Um busto de mim mesmo...
Eis o que sou, o que vejo refletido
nos fraguimentos do espelho esmigalhados
no chão de meu inconsciente...
Um cadáver anunciado, aguardando para
morrer o punhado de morte que lhe resta...
Mutilado de esperança contemplo o eterno
conflito entre o bem e o mal o pecado e a graça
a carne e o espírito...
O destino atirou-me ao fundo do vale de lágrimas
onde rastejo enlameado sobre bloco de pedra lavrada
cripta em que se transformou o corpo, velho cárcere
que carrega dentro de si um coração de poeta...
Um indomável coração de poeta que teimosamente
insiste em versar sobre sua própria desgraça
dando a conhecer ao mundo a dor dilacerante
que carrega sobre os ombros combalidos...
Ilhado na solidão de minha própria culpa
vivo no exílio de poeira amarga e estéril,
único latifúndio que me restou...
Transformo em verbo as frustrações doloridas
o agudo sentimento de isolamento e impotência
que a ausência sufocante de um grande amor
deixou-me por herança me tornando o coração
mudo e imóvel tal qual um paquiderme doente...
Mutilado sigo adiante levando sobre os olhos
o lenço noturno encharcado do magma incandescente
que vagarosamente forja o rosto do homem novo,
pálido reflexo do que um dia foi quando a morte
parecia-lhe um sonho distante...



(Atsoc ErdnaxelA)

sábado, 21 de julho de 2007

Vazio...


Minha alma sangra, meu eu ta vazio...
Estou morto, sofri a pior de todas as mortes
A morte em vida...
O punhal da traição vem sempre embebido
De um terrível veneno que mata a alma
Deixando vivo o corpo...
Afiado e traiçoeiro ele não nos dar a chance
Da defesa, chega de súbito rasga a carne feri
Profundamente o peito e dilacera o coração...
E mesmo assim despedaçado ele continua amando...
E vai amar por todo o sempre...

(AtsoC ErdnaxelA)

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Enluarados


Posto-me sob uma lua redonda e cheia...
Observando estrelas entre cintilantes nuvens...
Os ventos sussurram-me o arrefecer da noite...
No balançar das folhas há um silêncio pela tua voz...
Lanço um olhar sobre os subúrbios de minha alma...
Encontro-te num recanto de meu coração embevecido...
Desenho no ar versos de um poema há muito esquecido...
Traços acentuados do amor que em mim despertas...
Tua lembrança me traz aos lábios um largo sorriso...
Nossos pés descalços sobre o chão úmido e quente...
Dançam ao som das ondas que quebram na praia...
A paixão goteja na areia misturada ao nosso suor...
Escorrendo para o mar ilumina suas escuras águas...


(Cris Poesia e Alexandre Simas)

Lascívia...


Vislumbro tua nudez úmida e macia
Minhas mãos percorrendo cada poro
Destranco-te de todos os pudores
Arrebata-me um físico vento à face
Toco-te o seio num beijo ansioso
Arrepio ascendendo meu desejo
Perco-me nas dobras de teu corpo
Deslizo a língua por curvas molhadas
Ouço o sangue sussurrar em tuas veias
Minha boca enxugata-te sedenta a esmo
Mistura de saliva e suor marcadas nas carnes
Entre movimentos sutis e vigorosas lambidas
Numa ávida paixão treslouca entrego-me a ti
Desenfreada,recebo-te em minhas entranhas
Entre pactos e juras de um eterno amor.


(Cris Poesia e Alexandre Simas)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Pazes...


Corações ainda apertados...
Olhos marejados se procuram
Em um olhar de compreensão...
Vozes embargadas ensaiam
Um eu te amo em uníssono...
La fora a manhã chega com
Uma luz diferente, mais bonita
De um colorido nunca antes percebido...
Uma mão tremula procura uma face
Que ainda gelada recebe o carinho morno,
Outra mão cúmplice a ela se sobrepõe...
Na boca ensaia-se um sorriso tímido...
Expressões aliviadas se convidam
A um abraço terno, peles se tocam
Cheiros se misturam, lábios se buscam
Em um longo beijo de mutuo perdão...
Dissipam-se as sombras, o silencio
Eloqüente calam todas as duvidas...
Almas enamoradas se entrelaçam em
Um passeio pelas estrelas emanando
Os vapores do amar...Só amar...


(AtsoC ErdnaxelA))

terça-feira, 17 de julho de 2007

Carta a meu amigo Malaquias...


Caro amigo.


Novamente recorro a você para meus sofridos desabafos, sabes que sou de poucos amigos, não que seja anti social, mas um tímido reservado.

Caro amigo encontro-me apaixonado, vivo uma paixão intensa que me contorce a alma, me leva de céus infernais a infernos celestiais, sei que me entendes, alias és o único que me entendes desde que éramos crianças, sei o que estais pensando, que estou enlouquecendo de certa forma tens razão, sei também que deves estar pensando que ainda me acho criança, aquela mesma criança que tinha a capacidade não só de falar contigo mas também de te ver; é amigo de certa forma sim, ainda sinto-me criança, aquela mesma criança de alma inocente cujo coração puro acreditava nas estórias de final feliz contada por meus avós a cabeceira de minha cama logo após as orações noturnas, a mesma criança que torcia para o Tom nunca alcançar o Jerry, a criança que aprendeu a confiar no outro, a amar o outro, a entender as dores e as vicissitudes do outro, pois que a incompletude do outro é o que o torna belo e nos completa, a beleza das diferenças da alma é o que nos faz irmãos e nos atrai na eterna busca do entender, do aprender do querer bem, ainda carrego o sorriso franco, o coração desarmado. Estou a sorrir com tuas conjecturas pois te conheço de muitas eras e sei que deves estar cabreiro com essa minha súbita missiva, assim como sei que deves estar feliz de novamente teres noticias minhas depois de tanto tempo, há caro amigo, assim te chamo pois sei que posso e que me tens o mesmo amar, pois foi tu quem me ensinou que amigo se distancia mas nunca se separa.

Novamente fujo ao assunto - enquanto escrevo vejo-te com o velho sorriso de canto de pouca e com o suave balançar de cabeça como a dizer: novamente com a velha mania de misturar assuntos - é continuo o mesmo, mas este que te escreve agora é um barbado talhado pelos anos curtido pela vida e agora verdadeiramente apaixonado, vou-me novamente tornando-me prolixo em minhas dissertações, perdoe-me tem velhas manias que não conseguimos largar.

Como dizia-lhe no começo, estou amando, amando uma mulher maravilhosa, divina cuja único defeito e morar longe, muito longe de mim, uma mulher que anseio todos os dias ter em meus barcos, beijar-lhe os lábios ou simplesmente sentar-me a sua frente e ficar a lhe admirar a beleza suave. Mas caro amigo essa incrível criatura que me encanta e me remete novamente a meus dias de infante sonhador, me acordou a alma de poeta que dormia anestesiada sob o peso do desencanto do monótono cotidiano.

Meu amar dói e essa dor me aprazeira, pois que é um sofrer gostoso, um sofrer de amor correspondido e dói por assim ser. Tenho fé amigo, muita fé no bom Deus que chegará o dia que terei meu amor ao meu lado por um eterno durar e minha alma enternecida brilhará mais que as mais brilhante das estrelas e te saberei feliz por assim me ver.


Obrigado por me ouvir e entender.


Deus te abençoe e ilumine tua sempre cândida alma.


Do amigo de sempre


Alexandre

Depois da Briga...

Noite fria,
alma quente,
telefone mudo,
cama vazia...
Ansiedade que tortura,
alma inquieta,
sangue em fúria...
pensamento distante,
respiração ofegante,
uma musica na mente...
café gelado,
boca amarga,
livro largado,
teve desligada,
hora que não passa...
cabelos assanhados,
unhas ruídas,
tez pálida,
musica que não cala...
madrugada escura,
lua murcha,
janela aberta,
porta escancarada,
agonia que não cessa...
manhã chegando,
celular ligado,
coração apertado,
uma lagrima no olhar...
luz acesa,
abajur virado,
copo d’agua na cabeceira,
calmante na gaveta,
agora de bruços,
na garganta o soluço,
travesseiro encharcado,
e nada de você chegar...

(AtsoC ErdnaxelA)

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Ciúme

O ciúme é um terreno instável que mistura real e imaginário.
Transformando a doçura do amor em agruras de um calvário.
Olhos aflitos perscrutam meu olhar, ânsia de ver e nada encontrar.
Deliras entre o absurdo e o ridículo amaldiçoando o tanto amar.
Boca seca, olhos úmidos, em frenética oscilação do calar e do gritar.
Conúbios de sentimentos atiçando o sofrimento do amor ausente.


Dito do amor o tempero, comparo-lhe ao sal ou a ardida pimenta
Que em justas doses realça o sabor em exagero o torna intragável
Indubitável maledicência disfarçada de justo zeloso o ciúme é um
Senhor avarento que afasta ligeiro do coração o objeto do desejo.

Maçarenta moléstia cria da duvida virulenta e da amarga ausência.
Qual forquilha estrangula o a alma atirando o espírito ao desespero.
Calidoscópio de involuntárias ilusões insanas de prazer e dor
Monstro infernal teus olhos não são verdes, são de qualquer cor.

(AtsoC ErdnaxelA)

Amplitude

Lanço minhas velas aos quatro ventos...
Navego na tempestade do teu ser...
Enfrentando a instável fúria do tempo...
Mergulho em ondas revoltas a te procurar...

Amotino-me contra saudade torturante...

Apego-me a meus desejosos tormentos...

Tua marcada ausência enfurece-me a alma...

Numa atmosfera inquietante de desejos...

A loucura me domina, tenho-te muita sede...

Encontro-me nas profundezas de teus lábios...

Galopo cavalos marinhos nessa insana busca

Ascendo estrelas do mar para me guiar...

Golfinhos azuis apressam-se a socorrer-me...

Pérolas refletem teu olhar cintilante...

Iluminando meu aflito espírito errante...

Por florestas de algas e arraias gigantes...

O canto das baleias me remetem tua voz...

O mar silencioso me grita teus caminhos...

Sigo por entre labirintos de corais multicores...

No horizonte ancoro a amplitude de nosso amor...


(Cris Poesia e Alexandre Simas)

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Único Caminho...

Venha com tua língua...

Volta com meu beijo...

Venha com tua face...

Volta com meu carinho...

Venha com teu olhar...

Volta com minha luz...

Venha me decifrando...

Volta com minhas palavras...

Venha com teu sorriso...

Volta com minha alegria...

Venha com tua emoção..

Volta com meu desejo...

Venha com teu perfume...

Volta com meu cheiro...

Venha com tua pele...

Volta com meu toque...

Venha com artimanhas....

Volta com minhas manhas...

Venha com teu gingado...

Volta com minha dança...

Venha com tua voz....

Volta com meu eco...

Venha com teu espírito...

Volta com minha alma...

Vem anoitecendo...

Volta para ficar...

(Cris Poesia e Alexandre Simas)

Poetas Graças a Deus...


Loucos apaixonados, loucos deprimidos,
Loucos acordados, loucos pela vida,
Loucos, loucos, loucos assumidos...

Mas será ser loucura sentimento extravasado?
Será que não é doçura e para o mundo aprendizado?
E mesmo ser for loucura, então que eu seja perdoado!

Notívagos, ébrios de paixão, senhores da lua...
Madames que pousam em estrelam, beleza rara e nua
Alquimistas da palavra... Tradutores do Amor...
Fadas de magias líricas... Encantamento sedutor...

Poetas fazem a luz mais brilhante,
As sombras mais escuras, as cores mais vivas...
Suas flores tem mais perfume,
Seus amores são mais intensos,
Suas saudades mais doídas,
Suas musas são as mais lindas...

Poetisas iluminam o sol do céu azul,
Os degrades do fim de tarde, a aquarela da vida...
Seus desejos são arrebatadores,
Seus instintos mais selvagens,
Seu destino mais sereno,
Sua inspiração renderia a todo tempo...

Interpretes de sentimentos, do sórdido ao divino...
Tradutoras dos enigmas perfeitos, instinto doce e felino...

(Cáh Morandi e Alexandre Simas)