sábado, 28 de fevereiro de 2009

Fuga...

Fuga...

Refém da saudade sinto-me exilado da felicidade
Carcereiro de mim mesmo perdido entre muitas chaves
O silencio cai sobre a noite de muitas horas
Enquanto brinco de jogo da memória com o tempo
Que teima em me trapacear
Aturdido pela melancolia a que me agarro qual criança chorosa
Fujo da vida que insiste em mostrar-me as nuvens incendiadas
Pelo sol de mais um dia que nasce
Tento arrancar os últimos retalhos de lembranças
Que remendão minha alma esburacada
Sempre que as atiro no abismo do esquecimento
Um vento sádico travestido de esperança
As atiram de volta em minha cara
Cegando-me para a realidade de solidão e lagrimas
Fecho os olhos para não enxergar o fantasma
De um retrato a muito rasgado, jogado fora
E tua imagem esta La, escondida por trás das pálpebras
Projetada em vivas cores como em uma tela de cinema
Numa algazarra de cenas que se intercalam
Entre sorrisos e mascaras de magoa e dor
Estou sozinho lutando para fugir da cadeira da letargia
Atiro-me trôpego pelos corredores escuros
De minha alma enegrecida buscando a lanterna da razão
Para que mostre o caminho para a saída...
Uma porta de emergência que me leve de volta para a vida
Onde possa novamente incendiar meu coração

(AlexSimas)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Pensamentos...

Gostaria de poder dar forma, cor, peso, tamanho e cheiro a minha dor, para que você a pudesse sentir, apalpar, ver, cheirar e assim perceber o que só consigo lhe transmitir por minhas palavras e por meus olhos...

(alexSimas)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Eu te Amo

"Eu te Amo"

Não existe quem AMOU de verdade...
Existe apenas quem AMA de verdade...
Quem afirma “Eu te Amei de Verdade” na verdade nunca amou

Quem ama de verdade não consegue conjugar o verbo Amar em outro tempo senão no PRESENTE do Indicativo

"EU TE AMO"

(AlexSimas)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Despedida...

Despedida...

Ouço suas pegadas afastando-se
Minhas lágrimas molham as marcas deixadas ao chão
Fere-me a dor da perda, do abandono
Transborda-me o vazio e o silencio... Sem você!

O coração vazio questiona o sentido da vida
A dolorosa solidão mergulha-me em trêmula confusão
Um vento frio soprado de lugar nenhum tenta apagar
A pouca luz que me resta...

Temo não aprender a lição que a vida impõe-me
Ser feliz sem o calor do teu olhar em minha pele
Encontrar o caminho sem o brilho do teu sorriso
Viver... Simplesmente viver... Longe de ti!

Vago por um jardim de rosas murchas
Meus olhos qual janelas famintas te buscam
Na distancia do silencio que me restou
No eco de tuas palavras de adeus... Ate um dia...

(Rosane Oliveira e AlexSimas)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Desesperança...

Desesperança...

Fim de tarde um sol sádico esconde-se lentamente por trás do horizonte
A hora mais dura do dia quando a noite vem confraternizar com as trevas de m’alma
Esse é o momento em que me encontro mais perdido sem ter por quem chamar
Preciso dormir, mas meu sono fugiu com o sol, foi banhar-se nas águas do mesmo mar
Um relógio tiquetaqueia sobre a mesa, o mesmo tempo que corre por seus ponteiros
Descansa na moldura do porta retrato a seu lado correndo célere pelas lembranças
Um momento congelado perpetua o intenso brilho de um olhar
Lábios esticados em largo sorriso lembram a criança dançando sobre os abismos do futuro
Ao alcance de um esticar de mão, agora longe como a desesperança do nunca chegar
Lado a lado o sorriso e o motivo retratam a beleza do momento de um louco amor
Sinos de vento reverberam no papel da foto libertando os sons capturados com a imagem
Livre as palavras retiniam em mágica oração como uma musica me rodeando
A frase viaja do passado ricocheteando por paradoxos sentimentos de alegria e tristeza
O sol rompe em outro horizonte como ave de arribação que volta para procriar
Não traz com ele meu sono, deixou se afogar
A luz espanta a noite deixando sozinhas as trevas que em m’alma voltam a se deitar
Olho para o porta retrato e o sorriso ainda esta lá
Em meu coração guardo o ultimo eco da frase...
...Para sempre vou te amar

(AlexSimas)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Humano Prazer...

Humano Prazer...

Faz parte de nós esse cio animal
A fome do prazer excitando a fera
O doce sabor da língua se desespera
Passeando por busto, coxas, ventre...
Libido crescendo, garganta gemendo
Encaixe perfeito talhado na carne
Côncavo e conexo, avesso e verso
Sabores, cheiros, desejo
Lambendo, beijando, mordendo
Rompendo, rasgando, domando
Entrando, saindo, ficando
Subindo, descendo, ardendo
Mexendo, parando, querendo
Chorando, sorrindo, expelindo
Gritando, calando, gozando
Xingando, rezando, pedindo...
Não para... Não para... Não Para...

(AtsoCErdnaxela)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Amar é...

Amar é...

Amar você é...
Descobrir galáxias nunca antes sonhadas
Desafiar deuses a me seguir na estrada
Cruzar desertos de muitos sóis
Coberto com o manto da madrugada
Flambar do mar as inquietas águas
Derreter os montes cavalgando rios
De ferventes larvas...

Amar você é...
Ir alem voando astros, domando estrelas
Adentrar a vida pelas fronteiras do mistério
Beber do prazer nos olhos da vida
Colher o néctar de nossas bocas
Dançando um tango com tua língua
Ao som que emana do roçar de peles
Misturando nossos corpos num balé de almas

Amar você é...
Descortinar cada manhã no colo da noite
Ressuscitando em cada orgasmo o medo da morte
Solver o vinho dos sacerdotes em cada taça sagrada
Replicar o bronze em cada torre de igreja
Enunciando ao mundo minha lucidez embriagada
Gritar com todas as vozes do corpo
Ser você meu tudo... Morrer e viver...
... Sem precisar mais nada

(AlexSimas)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Amor...Amor...Amor...

Amor... Amor... Amor

Tem horas te sinto em vôo de colibri
Em serenas manhãs de primavera
A passear por minha alma como anjos
Por jardins de maravilhosas flores...

Amor... Amor... Amor
Em outras te sinto serpentear
Por minha alma como raios em
Noites tempestuosas...
Rios de larvas... Fogo e dores...

Amor... Amor... Amor...
Seria tu um belo cometa
Que por vezes surge enfeitando
Os céus de nossas vidas?
Sendo apenas isso, um astro
Lindo de se ver...
... Onde é impossível viver?

Amor... Amor... Amor
Quantos poetas se atormentaram
Tentando te decifrar, entender
Séculos de escrita em versos...
Em poesia, quanta pena, quanta tinta
Papiros, papeis, pedra, couro, madeira...
Quantas superfícies marcadas com letras
Quantos símbolos, muita arte...
... Pouco saber

Amor... Amor... Amor...
Já te chamei paixão, desejo, querer
Muitos nomes, outra realidade...

Amor... Amor... Amor...
Hoje só te consigo chamar...
... Saudade

(AlexSimas)

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dramas...

Dramas...

Como posso discutir com Destino?
Deus escolheu não nos prender
Em um único destino...
Como posso discutir com Deus?

Não quero ou busco compaixão
Estou aqui espiando a vida pela janela
Com medo de ir La fora...
Esqueci do cheiro fresco das ruas
Por onde transitam os amantes

Paira sobre mim uma nuvem negra
De luto e de dor que recobrem
De sombras o caminho para a porta

Estou descobrindo as alegrias da solidão
Aprendendo a conversar com o silencio
Lutando com as feras que habitam
Minha floresta interior...

Tudo que eu queria era arrancar essa dor
Essa tortuosa dor que se instalou em meu peito
Arrancar-la pela raiz, como fazem os agricultores
Com as ervas daninhas...

Não ter que viver todas as noites a agonia
De assistir meus sentimentos se baterem
Em guerra, conturbando as doces nevoas
De meus momentos entre a vigília e o sono

Meu coração pergunta-me o que se passa
Em minha cabeça...
Respondo-lhe que minha cabeça também
Pergunta-me insistentemente o que se
Passa em meu coração...

Refugio-me de mim mesmo...
Escondo-me dessa realidade pesada demais
Amarrotada demais, realista demais
Que rejeita qualquer sugestão de amor
Prendo-me a essa memória sombria
Que me faz esquecer meus sonhos
Tenho saudades do tempo que tudo isso
Pertenciam as ruas fora de minha vida

Trago dois lobos dentro de mim
Lobos que lutam pelo que acreditam ser
O certo em suas subjetividades
Um te acusa de leviana e te rejeita
O outro te acusa apenas de ser humana
E te deseja conceder a graça do perdão

Preciso escolher qual dos dois eu
Devo alimentar...
... Antes que enlouqueça

(alexSimas)