sábado, 16 de janeiro de 2010

Epifenômeno

Epifenômeno

Vazio... Um nada...
Um oco no mundo
Alma se contorcendo
Lutando contra o invisível
Chove, mas não é culpa da chuva
Já é noite
Noite física
Que chega para dormir com o dia
Para novamente se despedir pela manhã
Na certeza de tornar a encontrá-lo
No final de outra tarde
Na rotina das eras
Tão certo quanto à morte
Juízo final particular de cada ser
Por onde andará o vendedor de sonhos?
Preciso de uma dose de pinga
Meia cuia de felicidade
Mesmo que de segunda mão
Por onde andará minha luz?
Filha da puta
Saiu para comprar cigarros
Faz muitos anos
Será que volta?
Para que haja fim ao infinito
Ainda não é março
Mas as marés me arrastam
Presente... Passado... Futuro...
O relógio continua andando
Maldita centopéia
Vida epifila
O ferrolho travou
Melhor esperar
Depois do carnaval
Melhora?

(Alexandre Costa)

Nenhum comentário: