sábado, 29 de agosto de 2009

De Marimbondos e Moluscos

De Marimbondos e Moluscos
(por Alexandre Costa)

Eu carrego um trauma, tenho trauma de abelhas, quando era criança levei uma “surra” de abelhas, na época eu morava em Maceió, capital das Alagoas – Lá também tem marimbondos, embora não sejam tão perigosos como os de outras plagas do nosso querido nordeste, Alagoas não deixa de ter seus bichos perigosos, duas espécies em especial chegam a ser tão ou mais perigosos que marimbondos, de fogo ou não – Mas, voltando ao assunto e permanecendo no mesmo, foi uma lastima, contudo foi merecido, quem me mandou ir mexer com elas, diferente de certas espécies de marimbondos as abelhas só atacam quando importunadas. Isso foi lá por meados dos anos 70, eu morava em um bairro chamado Gruta de Lourdes e naquela época ainda podíamos dispor de grande manancial de mata atlântica, mesmo nas áreas urbanas de nossas capitais.

O tempo passou, as matas foram dizimadas, eu me mudei e fui esquecendo o trauma, exceto quando preciso ir às padarias, muito freqüentadas por abelhas, que adoram pães doces e outras iguarias açucaradas, dizem que essas abelhas são mansas e algumas sequer têm ferrões, mas como saber? Pertenço à casta dos gatos escaldados e por demais sou tão leigo no assunto de ferrões quanto à maioria dos leitores, como saber quais delas carrega ou não suas armas assassinas e quais são ou não peçonhentas? Isso é assunto para os especialistas.

Certamente o leitor estará se perguntando, o que traz esse cidadão aqui há essa hora com essa historia? Deixe que lhes diga: É que este ano desenvolvi novo trauma, bem maior e mais assustador que os das abelhas, o trauma por marimbondos – coitado de meu analista, esta enlouquecendo por causa disto – Isso se deu logo depois que uma nova espécie de marimbondo se instalou em Brasília e a partir de lá vem “surrando” todos os brasileiros, acompanhado de um enxame de horrendas mutações de cobras, lagartos, escorpiões, aranhas, sapos e outros tipos destiladores de veneno que sequer foram descobertos pela ciência, um verdadeiro arrastão que varre o país inteiro.

Eu tenho pesadelos terríveis com marimbondos, os vejo em chamas, me perseguindo, eu fujo deles, corro a esconder-me nos mais remotos cantos desse país, e eles me encontram, é como se estivessem em todos os lugares, quase onipresentes. Em meus pesadelos esse tipo único de marimbondo, que certamente deve ser a mutação de uma espécie da ordem Apocrita (será coincidência o nome da espécie?) que são usualmente carnívoras ou “parasitas”, e parece saída de um trash de terror.

Diferente de seus irmãos marimbondos normais e de suas primas abelhas, ele não perde o ferrão ao ferroar, sua mutação lhe deu uma característica monstruosa, ele dispara ferrões, isso mesmo caro leitor, ele dispara seus ferrões como uma super metralhadora, e não pense que dispara ao léu não! Junto com a capacidade de disparar milhares de ferrões por segundo, ele desenvolveu um fantástico sistema de mira com precisão cirúrgica, não desperdiça um único ferrão, todos acertam o alvo.


O novo (?) espécime embora descoberto em Brasília, é natural do Maranhão, mas mantém um casulo no Amapá para onde migra de oito em oito anos e ai permanece por aproximadamente 60 dias, quando é ungido numa estranha espécie de ritual em que todos os habitantes hipnotizados pelo zumbido das asas do marimbondo que lhe concede licença para voltar ao planalto em busca de seu alimento predileto (o poder).

O ferrão dessa nova espécie carrega um novo e perigosíssimo tipo de peçonha, o Mají víru am nevinné, que leva todos a crerem nas mais estapafúrdias coincidências. É bem verdade que brasileiro é bicho mordido de cobra e não é qualquer nova peçonha que lhe afeta assim sem mais nem menos, contudo, essa peçonha quando associada ao vírus PT1.L1 é devastadora.

O PT1.L1 (nome cientifico), é conhecido popularmente como a Gripe da estrela Vermelha, e infecta boa parte da população brasileira, acomete principalmente a população de baixa renda, baixa cultura, baixa estima e em especial os de baixíssimo nível de vergonha na cara, obviamente isso baixa a imunidade e lhes deixa expostos a todos os tipos de infecções “oportunistas” transmitidas pelos bichos da espécie Politicus hipocritus, da família Parasitus spertuns, que se reproduzem como ratos e são dificílimos de erradicar.

Esses bichos vivem principalmente nos meios urbanos, mas suas principais fontes de alimento se encontram nas zonas rurais e nas áreas suburbanas dos grandes centros. Por cima de tudo isso, tem o agravante de nos últimos anos essas “pobres” vitimas vinrem recebendo o Vak rodiny um poderoso catalisador que ajuda na disseminação do vírus PT1.L1 e na assimilação da peçonha Mají víru am nevinné (entre outras), o Vak rodiny é popularmente chamado de Bolsa Família e também conhecido como “cala a boca e fica quieto”

Foi nesse ambiente propicio e auspicioso (para eles) que nasceu e criou-se nosso marimbondo (sim nosso, porque ele só existe no Brasil), depois de grande e bem criado ele associou-se a outros bichos também peçonhentos, seus principais aliados são: Duas espécies das Alagoas e uma do rio de Janeiro, que nem era tão perigoso assim ate ser alçado à condição de Senador de republishes (coisa de compadres), e eleito, acredite, ele foi eleito (outra vez os compadres) presidente da comissão defensora dos Marimbondos (só os de fogo); alem de outros que habitam a mesma casa (que eles cinicamente chamam de casa do povo).

Mas, o mais poderoso de todos, que habita uma casa vizinha, também do “povo” lhe disse – Companheiro, deixe de besteira, a cadeira é sua, ninguém tasca você viu primeiro – esse espécime, um tipo de molusco (outra mutação), embora sofra de cegueira crônica - ele nunca vê nada – tem a capacidade única de ver oportunidade onde ninguém vê, e mais, quando elas não existem, ele as cria ou transforma, e para isso usa sua conhecida arma, o Lulas infectrum básicus, uma espécie de tinta venenosa que ele dispara sobre suas vitimas embotando totalmente seus sentidos (principalmente o bom senso), e se mesmo assim houver resistência ele apela para seu poderoso catalisador.

Pronto o exercito dos “miseráveis” (ver Aurélio) que sofrem de baixa de tudo, que juntamente com os discípulos da estrela vermelha (de vergonha), se põem todos no coro da banda do marimbondo, que regida pelo molusco de nove tentáculos canta – Daqui eu não saiu, daqui ninguém me tira -

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