sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Dor de Palhaço...


Nasci Arlequim, alegre e saltitante
Criei-me Arlequim, saboreando a vida
Roubando manga, caçando passarinho
Vivi arlequim, bebendo na taça do sonho
Vagando madrugadas, amigos e namoradas
Poeta e trovador, amante da lua e do vinho

Vi-te colombina e toda a vida alerquinhou-se
As noites agora tinham duas luas, teus olhos.
Quando te desabrochava em sorrisos qual
Flor em primavera encantava-me, feliz palhaço.
Minha vida uma cambalhota, tudo era criança
Folguedos e marshimellow, todos os dias eram
Carnaval, todas as noites Natal luzes e cores.

Quando ti fostes Colombina, tatuei na face uma
Lagrima, as minhas secaram, tal qual minha alma
E agora Colombina todos meus dias são cinzas...
Desbotaram-se as cores, acabou o carnaval.
Trago mãos nos bolsos da roupa preto e branco
Troquei cambalhotas por um andar cocho, roto...
Ainda sou palhaço, menestrel da dor...
...Morreu Arlequim, sou agora Pierrô.

(Alexandre Costa)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Sou...

Da faca o corte
Da bússola o norte
A lucidez embriagada
O silencio da palavra
Sou o rato no labirinto
Metal que compra carne
A linha invisível
Entre loucura e consciência
Sou estilete sem cabo
Ferida que sangra
Do caminho o atalho
A trilha que leva pro nada
folha no vendo
pedra de toque
O frio da alma
flor do pântano
Anjo caído
Menino perdido
A coragem do medo
A fome do desespero
Da justiça à sede
A grade na janela
A prisão que liberta
A mãe que chora
O pai que assevera
O olho que vaga
A perna que treme
A mão que sustenta
Sonho abortado
O ano que acaba
Esperança renascida
Imagem ungida
A crença confinada
Rio que passa
Floresta que morre
Fome que mata.
Sou tudo...
...E nada.

(SamiSXelA)

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Entrega...

Teu chegar tem um jeito diferente de ousar
Teu cheiro tem o perfume doce do pecado
De rosas acesas no fogo de novas estrelas
Que o vento da noite espalha em meu quarto.

Faz-te menina quando brincas com o espelho
Faceira, me arrancas inconfessáveis desejos...
Tens no caminhar a coreografia de um rito
Como a invocar deuses perdidos...

Teu corpo solto de curvas tortuosas serpenteia
Por entre meus febris delírios, loucas fantasias.
Mulher de insondável mistério, tua nudez me
Incendeia o olhar, inunda minha boca...

Animal-homem propriedade tua, pela marcada
Dentes e unhas, lobo perdido em noites sem lua.
São teus meus versos, meu corpo, minha alma...
...A ti peço apenas que me possua.

(AlexSimas)

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Encontrando-se...

Perco-me em lembranças presas numa alma
De muitos amores jurados para todo sempre
Paixões vividas e sonhadas em turbilhões de
Desejos que agora me entalam uma garganta
Afogada em lagrimas não choradas, perdidas.
Calou-se meu olhar no momento da despedida
Perdeu-se na distancia do horizonte, por entre
Luzes pardas ofuscadas na fumaça onde pouso
Meus olhos marejados que enxergam apenas
Cores desbotadas de sorrisos leiloados para os
Que preferem pagar ao invés de conquistar-los.

Encontro-me perdido nas noites no meio do nada.
Dos cheiros de perfumes baratos misturados com
Tabaco e álcool, embriagado de saudades, sonhos
Perdidos pelas estradas de muitas promessas, juras
De madrugadas distantes no tempo da memória de
Uma musica que teima em trazer de volta as dores
De alegrias de outrora marcadas a fogo na s paredes
Da loucura que teima em querer possuir-me.

Sou agora pedaços emendados, frankestaneado de
Restos de um ego estilhaçado, cacos de todos os
Tamanhos e formatos que mesmo colados mostram
As cicatrizes, as trincas amareladas pelo tempo.

Não me vejo mais, aquele do espelho não sou eu...
O novo homem que agora surge é muito melhor...

(AlexSimas)

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O Menino e a Pipa.

Somos menino e pipa...
Simples qual varetas de madeira e papel
Que tremula ao vento sobre campos, mares
E cidades, em manhãs e tardes de outono.

Somos pipa e menino...
Inocência que voa alto em infantes sonhos
De fantasias com bela longa calda colorida
A nos equilibrar entre o real e o imaginário.

E o menino sonha ser pipa...
Voar ao sabor da brisa, confabular com as nuvens
Correr picula com os passarinhos, sentir-se livre
Imaginar-se anjo de papel e chegar pertinho de Deus.

E a pipa sonha ser menino...
Sábio em sua fragilidade, forte em sua inocência
Ofuscando sóis com a pureza de seu largo sorriso
Refletindo a imagem de Deus no brilho de seu olhar.

Sonho de voar... Nascemos icaros, espíritos livres
Retidos na carne que nos prende qual ancora o navio.

Bendito o homem que traz em si o menino que brinca
De pipa e permite que Deus se reflita em seus olhos...

(AlexSimas)

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Bravos!!!

O calor de tua chama me acende a alma
Arremessando-me ao abismo do desejo
Louca e sôfrega paixão que me consome
Vôo entre nuvens em versos de luxuria
Pouso em teu colo que me acolhe macio
Teus pelos em arrepio replicam melodias
Refinados acordes harmonizam-se com
A musica de teus gemidos convidando
A lua a valsar com o sol sob o olhar
Encantado de anjos e estrelas todos nus
Bela Imagem de dês-preconceituosa beleza.

Nesse palco encenamos os mais belo dos espetáculos...
... O Amor.

(AlexSimas)