terça-feira, 17 de julho de 2007

Carta a meu amigo Malaquias...


Caro amigo.


Novamente recorro a você para meus sofridos desabafos, sabes que sou de poucos amigos, não que seja anti social, mas um tímido reservado.

Caro amigo encontro-me apaixonado, vivo uma paixão intensa que me contorce a alma, me leva de céus infernais a infernos celestiais, sei que me entendes, alias és o único que me entendes desde que éramos crianças, sei o que estais pensando, que estou enlouquecendo de certa forma tens razão, sei também que deves estar pensando que ainda me acho criança, aquela mesma criança que tinha a capacidade não só de falar contigo mas também de te ver; é amigo de certa forma sim, ainda sinto-me criança, aquela mesma criança de alma inocente cujo coração puro acreditava nas estórias de final feliz contada por meus avós a cabeceira de minha cama logo após as orações noturnas, a mesma criança que torcia para o Tom nunca alcançar o Jerry, a criança que aprendeu a confiar no outro, a amar o outro, a entender as dores e as vicissitudes do outro, pois que a incompletude do outro é o que o torna belo e nos completa, a beleza das diferenças da alma é o que nos faz irmãos e nos atrai na eterna busca do entender, do aprender do querer bem, ainda carrego o sorriso franco, o coração desarmado. Estou a sorrir com tuas conjecturas pois te conheço de muitas eras e sei que deves estar cabreiro com essa minha súbita missiva, assim como sei que deves estar feliz de novamente teres noticias minhas depois de tanto tempo, há caro amigo, assim te chamo pois sei que posso e que me tens o mesmo amar, pois foi tu quem me ensinou que amigo se distancia mas nunca se separa.

Novamente fujo ao assunto - enquanto escrevo vejo-te com o velho sorriso de canto de pouca e com o suave balançar de cabeça como a dizer: novamente com a velha mania de misturar assuntos - é continuo o mesmo, mas este que te escreve agora é um barbado talhado pelos anos curtido pela vida e agora verdadeiramente apaixonado, vou-me novamente tornando-me prolixo em minhas dissertações, perdoe-me tem velhas manias que não conseguimos largar.

Como dizia-lhe no começo, estou amando, amando uma mulher maravilhosa, divina cuja único defeito e morar longe, muito longe de mim, uma mulher que anseio todos os dias ter em meus barcos, beijar-lhe os lábios ou simplesmente sentar-me a sua frente e ficar a lhe admirar a beleza suave. Mas caro amigo essa incrível criatura que me encanta e me remete novamente a meus dias de infante sonhador, me acordou a alma de poeta que dormia anestesiada sob o peso do desencanto do monótono cotidiano.

Meu amar dói e essa dor me aprazeira, pois que é um sofrer gostoso, um sofrer de amor correspondido e dói por assim ser. Tenho fé amigo, muita fé no bom Deus que chegará o dia que terei meu amor ao meu lado por um eterno durar e minha alma enternecida brilhará mais que as mais brilhante das estrelas e te saberei feliz por assim me ver.


Obrigado por me ouvir e entender.


Deus te abençoe e ilumine tua sempre cândida alma.


Do amigo de sempre


Alexandre

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