segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Luminosa Escuridão...

Busquei refugio na caverna do desalento, Entrei ali não
por vontade própria, mas por imposição da angustia que
empurrava-me para o seu interior, já não suportava a
luminosidade Dos iludidos pela felicidade efêmera do
amor, E procurei nas sombras o conforto para a alma
combalida.

Na escuridão hei de encontrar o ungüento para as
feridas de meu espírito que arde dolorosamente
quando expostas a luz da hipocrisia...

é nessa escuridão que me clareia a visão, nitidamente
enxergo nos distorcidos reflexos das lagrimas a imagem
do dragão que habita o exterior da caverna e em cujos
olhos vejo o mórbido brilho disfarçado de esperança.

A luz do olhar da besta reflete nas paredes da caverna
imagens multicores onde se vê a beleza abstrata de
borboletas azuis, jardins encantados repletos de colibris
e flores de todas as matizes emoldurados por esvoaçantes
arco-íris a me convidar a novamente experimentar o doce
veneno do amor.

Confesso que o masoquista em mim deseja ardentemente
sair e novamente viver as dores da desenfreada paixão
que precede o amor, senhor da saudade que é a mãe da
angustia que desposou o desespero cuja prole é um sem
numero de demônios que tem por prazer molestar as
incautas vitimas que ousaram acreditar nas promessas
de felicidade contidas nas setas do filho de Afrodite.

Sirvo-me do barro fruto do pó do sofrimento com as lágrimas
da descrença para construir o muro atrás do qual me escondo
das ilusórias promessas do plenilúnio prateado que encandeia
as vistas dos poetas ingênuos que insistem em laurear o amor.

Regurgito de pronto a famigerada idéia e recolho-me ao frio
reconfortante das sombras que há de me proteger das dores
deixadas pelas queimaduras das chamas da paixão traiçoeira.

(AtsoC ErdnaxelA)

Nenhum comentário: