...
Lembra do gato que do telhado
Se encantava com o som do sax
Que subia da calçada?
Lembra do negro de gravata e de seu
Blues quase prece que murmurava?
Lembra dos papeis com que o vento
Brincava numa esquina solitária?
Lembra do poste e sua luz amarela
Que refletia no chão as sombras das
Mariposas que bailavam em torno dela?
Lembra da chuva que varia a madrugada
Correndo com os ébrios, preparando a cidade
Para o novo dia que começava?
Lembra do poeta sorridente que a tudo
Via e sentia e das outras pessoas que a
Tudo isso só percebia depois que ele
Sobre elas escrevia?
Sempre haverá
Gatos, sax e blues
Ventos, papeis e preces
Mariposas, postes e luz
Chuva, ébrios e calçadas
Madrugadas que amanhece...
Mas o poeta não mais os enxerga
Ferido o poeta perde a visão
Pois que de todos é sabido
Os olhos de um poeta é seu coração
(SamisXela)
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