sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Noturno...

Noturno...

Quando você se descobre não mais amado
Acorda pela manhã procurando por um mundo
Que acabou sob o sol eclipsado na sombra da traição
Tornando todas as noites mais longas e negras
Arrastando-se por dentro das horas que se multiplicam
Sob o chicote do tempo carrasco que rir-se da agonia
Dançando ao ritmo das lagrimas que encharcam
Um coração pelourinho onde se acorrenta a culpa com
Olhos encharcados que vagueiam por infinitas lembranças
Do que não pode ser mudado como a atravessar um
Imenso buraco negro que engole vorazmente a beleza
Do tudo que foi um dia, deixando a vida vazia

Esconde-se a luz por trás dos olhos do outro
Através dos quais você negou-se a enxergar
Concedendo arbítrio ao insano juízo da razão
Apaixonado pelo prazer de se opor a emoção
Condena o perdão advogado da sensatez ao
Cárcere do esquecimento libertando a vingança
Barrabás dos absurdos e senhora da mágoa que
Alimenta-se do sangue nas feridas do orgulho
Transmutando antigos e doces amores...
... Em amarga aversão

(Alexandre Costa)

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