domingo, 8 de julho de 2007

Delírios...

Corpo nu sobre o frio lençol de uma cama vadia...
Da janela o canto das aves alardeia a chegada de Apolo
trazendo consigo mais uma manhã...
Mais um dia de alcova vazia...

Meu desejo grita por tua presença...
Arrancando das mãos da lembrança
o chicote da saudade que me açoita impiedoso...

Minha pele implora a urgência de teus carinhos...
Meus ressecados lábios sentem a falta de tua boca...
A visão de tua língua inquieta me atiça a libido...
Neste momento eu só penso em tuas entranhas quentes,
no movimento de teu ventre a envolver-me loucamente,
dançando como redemoinhos de vento sobre campos de trigo
que me lembra o dourado de teus pelos refletindo as luzes
de minha fantasia...

Enlouqueço pouco a pouco com a miragem de teu corpo sobre o meu...
Em delírios febris me banqueteio com tua saliva quente...
Deslizo minhas mãos pelo vazio como a acariciar teu corpo ardente...
Teus cabelos ondulam como as chamas de Nero a devastar Roma...
Perco o senso, torno-me insano, sento-me levitar...
Vão-se todos os meus sentidos, já não ouço as aves a cantar...
Só escuto teus gemidos...

Tal qual anjo Rodriguiano olha-me do alto...
Um olhar de mulher, de desejo e luxúria...
Teu corpo arqueia-se, cabeça jogada para trás
de tua garganta escapa um longo e rouco grito
prenuncio do orgasmo atingido.

Sinto-me então devorado, e me junto a ti no canto
do prazer agora também ouvido no meu grito que faz eco no teu...
Então te vejo despencar sobre meu peito arfante...
Teu suor misturar-se ao meu...
Beija-me agora com carinho, de tua boca escapam sussurros
que me ninam e me levam de volta aos braços de Morfeu...

(AtsoC ErdnaxelA)

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