Escutem!
Como não escutam?
Será que não ouvem as gargalhadas?
O escarnecido riso da razão?
Não ouves as zombarias? O eu te disse?
Relembrando cruelmente ao ingênuo coração
Os conselhos que lhe deu:
AME MAS NÃO SE ENTREGUE...
E o pobre desventurado sofrendo uterinas contrações
Na vã tentativa de parir essa dor que lhe atormenta.
Como se fosse fácil abortar um amor fecundado.
Os gritos agudos do silencio me atormentam, me oprimem.
E agora envergonhado de ter-se despido de sua armadura
O infeliz coração se envergonha de ter sonhado com a felicidade
De ter inspirado ao poeta palavras de amor...
Palavras-beijo, palavras-sonho, palavras-desejo...
Calaram-se todas as palavras...
Resta-lhe apenas a palavra-utopia...
E o silencio que não se cala...
E a razão que não para a cruel tormenta,
Ecoando incessantemente na alma o eu te disse,
Eu te disse, eu te disse, eu te disse...
(AtsoC ErdnaxelA)
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