quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Para sempre Poeta...

Era uma vez um homem...
Que trazia dentro de si um Poeta
e o Poeta hibernava há vinte anos
anestesiado pela monotonia, pelo
tédio de uma vida insípida...

E tudo era comum, tudo era insosso.
a lua era só um satélite natural do
planetinha que ele habitava o sol
uma simples estrela de quinta grandeza
flores era mato como outro qualquer,
coração só um músculo...

Um dia o homem conhece uma mulher
e apaixona-se, uma paixão intensa,
um sentimento tão forte que gritava
e o grito acordou o Poeta, e o Poeta
mostrou-lhe toda a beleza e todas as
maravilhas da vida regida pelo amor...

A lua vestiu-se de prata e resplandecia
sua beleza nas noites estreladas, o dia
não mais simplesmente nascia agora
ele via a aurora e entendia o despertar
do sol como a esplendida chegada de
Apolo ao reino dos homens, uma única
flor perfumava toda uma planície...

De repente todas as estações eram
primavera salpicada de arco-íris, de
colibris, o barulho do mar era melodia,
sua alma brilhava e o brilho era intenso,
em suas veias não mais corria sangue
agora era pura larva que fervilhava de
paixão, de desejo, seu coração era um
vulcão em constantes erupções de amor...

Correspondido o homem não mais andava,
flutuava; não comia, degustava; não sorria,
gargalhava; e via o mundo pelos olhos de
uma criança brincando em um jardim
plantado pelo próprio Deus...

Então a criança-homem viu-se enganado
traído pela deslealdade da agora ex-musa,
apunhalado teve o seu peito rasgado, o
coração esfacelado, a alma mergulhada
na escuridão sorvia o fel amargo da taça
da traição, e ferido recolheu-se ordenando
ao Poeta que se retirasse...

Diante da firme negativa do Poeta em
novamente retirar-se, esconder-se
anular-se, falou-lhe o agora anti-homem:
Que fique pois que não tenho força ou
animo para expulsar-lhe, mais saiba que
tuas letras será de dor e tristeza, tuas
tintas não mais serão azuis e sim negras,
pois a fonte que te inspira agora é flagelo
e dor, veras o sol mas não enxergaras o
seu brilho nem sentiras o teu calor, soltarei
as feras no jardim e elas pisotearam as flores
e devoraram os pássaros e todas as tuas
estações serão para sempre inverno...

E assim fez-se, pois Poeta não vê, Poeta sente,
Poeta não inventa, não cria, ele apenas escreve
empresta seu talento aos sentimentos, marcando
com tinta o papel mensageiro que leva aos ventos
os versos, palavras de amor e/ou tormento...

Mais Poeta é anjo de Deus, senhor das palavras
e seu prazer é escrever sobre amor, paixão, beleza,
esperança, saudade, cores e brilho.

E agora desperto o Poeta espera o dia em que
o homem em que ele habita Descubra novamente
o amor e o homem-poeta possa mais uma vez
enamorar-se da lua e voltar ao jardim onde a vida
é uma flor e a brisa cheira almíscar e carmim...



(AtsoC ErdnaxelA)

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